António Lima

António Lima

Deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores e Coordenador regional do Bloco/Açores

Com a opção do governo da república do PS em empobrecer os trabalhadores intencionalmente ao apontar para aumentos salariais na administração pública de 2% no próximo orçamento - o que constitui uma opção política tão grave quanto os cortes no tempo da troika - cabe à autonomia fazer diferente.

O fuelóleo é fornecido à EDA pela empresa BENCOM que é detida pelo principal acionista privado da EDA, o grupo Bensaude, através de um contrato de fornecimento exclusivo entre a região e a BENCOM, uma relação que revela claros conflitos de interesses.

Desde que a atual maioria de direita governa os Açores que, com o aproximar da época do debate e aprovação do plano e orçamento, os partidos que apoiam o governo acotovelam-se para ver quem é que assusta mais o governo, fingindo que estará em risco a aprovação do orçamento.

O Governo da República insiste em abdicar de tentar intervir sobre os preços de bens essenciais e de taxar lucros extraordinários. Nos Açores, o Governo Regional afirma-se satisfeito com as medidas e não avança com medidas complementares.

O Tribunal do Trabalho de Ponta Delgada condenou o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) ao pagamento de todos as indemnizações e outros créditos laborais devidas a um seu trabalhador despedido ilicitamente. Este desfecho era uma inevitabilidade.

Em maio, foi aprovado no parlamento do Açores um conjunto de medidas propostas pelo Bloco. Todavia o governo regional não as cumpre na generalidade e as que cumpre fá-lo de forma insuficiente.

Provavelmente, ainda existe um caminho que permite aos Açores decidir sobre a gestão do seu mar e simultaneamente contornar as objeções constitucionais levantadas, como o Bloco propôs em 2018. Esse compromisso foi assumido pelo Bloco. Não desistimos dele, nem nos Açores, nem em Lisboa.

“Acabar com a subsidiodependência de mão estendida” tem sido slogan do governo regional, dos partidos da coligação e dos que conferem apoio parlamentar ao governo. Esta frase tem um lado oculto que o governo concretiza: o fomento da subsídiodependência de colarinho branco.

Para satisfazer interesses da burguesia e de corporações, o governo das direitas, que incentivaram esta burguesia a utilizar as ilhas como armas de arremesso nas suas disputas pelos recursos públicos e pelo reforço do seu poder, tornou-se o governo da burguesia de facto.

É, no mínimo, o que qualquer pessoa com preocupações ambientais diz depois de conhecer o local onde se realiza o gigantesco festival: a margem da Lagoa Azul, nas Sete Cidades, zona classificada como paisagem protegida e sítio RAMSAR.