António Lima

António Lima

Deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores e Coordenador regional do Bloco/Açores

Além de uma atuação tardia e pouco clara nos combustíveis, pouco mais o governo tem feito para responder a este novo cenário macroeconómico. Faltam as respostas aos trabalhadores e às famílias, assim como aos setores económicos mais afetados.

O governo regional preocupa-se mais com as diatribes do parceiro Chega e por isso não tem tempo para encontrar soluções para os problemas dos açorianos e açorianas. A paralisação da governação acentua-se cada vez mais, quando é imperioso a implementação de medidas rápidas e eficazes!

Ao contrário do que o governo regional tem afirmado até aqui, a documentação a que a comissão de inquérito das agendas mobilizadoras dos Açores teve acesso e algumas das audições permitiram concluir que o governo regional é o elemento-chave dinamizador de todo o processo.

Hoje, nos Açores, aquilo que se verifica é que mais do que se discutirem políticas de combate à pobreza, o que se verifica é a sua crescente estigmatização e a culpabilização de quem recebe apoios sociais. Essa foi a postura que a direita trouxe para o combate à pobreza.

O mais antigo deputado regional do PSD Açores acusa o Bloco de não ter aprovado a ajuda financeira à Ucrânia no parlamento europeu. O que não diz é que essa “ajuda” iniciou-se em 2014 e votava-se novo prolongamento, condicionado ao cumprimento de um programa do FMI, com duras medidas de austeridade.

O apoio humanitário, a imposição de sanções à Rússia e o apoio direto à Ucrânia para que resista à invasão não têm que significar a expansão e colocação de mais armas no leste europeu. A escalada militar não fará a Rússia retirar, pelo contrário.

Foi com surpresa e indignação que tomei conhecimento da intenção da empresa pública Portos dos Açores em concessionar o espaço do Pavilhão do Mar para que aí se instale o casino que agora está no Hotel Casino.

O tempo encarregou-se de mostrar os inúmeros problemas do atual modelo de transportes aéreos entre a região dos Açores e o continente. E pergunto também o que é feito do plano de reestruturação da SATA?

O título deste escrito pode muito bem ser a forma como o governo regional se deve dirigir à empresa EDA - Eletricidade dos Açores para se sentar à mesa com a sua administração para negociar e melhorar a péssima decisão que beneficia a EDA e os seus acionistas e prejudica os cofres da Região.

No país e no mundo, governos foram preparando e implementando medidas. Esta atuação contrasta gritantemente com a forma como o governo regional dos Açores planeia e decide. Não ouve ninguém, não procura diálogo.