Immanuel Wallerstein

Immanuel Wallerstein

Sociólogo e professor universitário norte-americano.

Wallerstein interessou-se pela política internacional quando ainda era adolescente, acompanhando a actuação do movimento anticolonialista na India. Obteve os graus de B.A. (1951), M.A. (1954) e Ph.D. (1959) na Universidade de Columbia, Nova Iorque, onde ensinou até 1971.

Tornou-se depois professor de Sociologia na Universidade McGill, Montreal, até 1976, e na Universidade de Binghamton, Nova York, de 1976 a 1999. Foi também professor visitante em várias universidades do mundo.

Foi esporadicamente director de estudos associado na École de Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, e presidente da Associação Internacional de Sociologia entre 1994 e 1998. Desde 2000, é investigador sénior na Universidade de Yale.

Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra em 2006 e pela Universidade de Brasília em 2009.

O Parlamento iraquiano votou em 27 de Novembro, por 149 votos a 35, ratificar o Status-of-Forces Agreement (SOFA, acordo do estatuto de forças) com os Estados Unidos. Quando a votação estava em curso, o vice-primeiro-ministro Barkham Salih terá dito: "Lembro-vos que as coisas no Iraque não acontecem na décima-primeira hora, mas na décima-terceira." Por outras palavras, o momento-chave ainda está para chegar.

Toda a gente nos Estados Unidos, e certamente no mundo inteiro, estava a ver, e quase todos a torcer pela eleição de Barack Obama para a Presidência dos EUA. Apesar de, durante a campanha eleitoral, todos terem tentado desvalorizar a centralidade da questão racial, em 4 de Novembro parecia que ninguém conseguia falar de outra coisa. Há três questões centrais acerca do que a maioria dos comentadores está a chamar de "evento histórico": qual foi a sua importância? O que explica a vitória? O que é provável que aconteça agora?

O Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, prevê "consequências dramáticas" se, em 1 de Janeiro de 2009, não houver acordo entre os Estados Unidos e o Iraque sobre os direitos das tropas dos EUA que actuam no Iraque.

Começou uma depressão. Os jornalistas ainda estão timidamente a perguntar aos economistas se podemos ou não estar a entrar numa mera recessão. Não acreditem nem por um minuto. Já estamos no início de uma completa depressão mundial, com desemprego extensivo em quase todo o lado.

Seria um erro subestimar a importância do acordo de 8 de Setembro entre Nicolas Sarkozy, da França, na função de actual presidente da União Europeia (UE) e Dmitri Medvedev, presidente da Rússia. Marca o fim definitivo do primeiro acto da nova ordem geopolítica mundial.

O mundo foi testemunha em Agosto de uma mini-guerra no Cáucaso, e a retórica foi apaixonada, mas em grande parte irrelevante. A geopolítica é uma gigantesca série de jogos de xadrez, no qual os dois jogadores procuram obter vantagem de posição. Neste jogos, é crucial saber as regras que regem os movimentos. Os cavalos não podem andar na diagonal.

Obama baseou a sua campanha e atraiu os eleitores americanos em grande parte devido à sua posição sobre a guerra do Iraque. Opôs-se-lhe publicamente desde 2002. Chamou-lhe uma guerra "parva". Votou contra o "surge" (o reforço de tropas). Chamou a uma retirada de todas as tropas de combate em 16 meses. Recusou-se a aceitar que era errado opor-se ao "surge".

O Médio Oriente hoje é como um grande balão geopolítico. Se se aperta de um lado, o ar simplesmente vai-se deslocar para outro lado. E o balão está a ficar cada vez mais frágil.

As linhas duras funcionam quando se tem poder para as impor. A diplomacia é algo imposto à parte mais forte num conflito com duas vias. Os Estados Unidos na Coreia do Norte e os israelitas na Faixa de Gaza / Palestina e no Líbano estão agora a aprender isso - um pouco tarde.

Todos os olhares estão virados para a campanha presidencial, na qual os candidatos tomaram posições bastante diferentes a respeito da guerra do Iraque. Mas este é o lugar errado para olhar.