Numa conferência organizada pela universidade de Cambridge, Julian Assange defendeu que a Internet não é um meio, à partida, favorável à liberdade de expressão ou aos direitos humanos — é sobretudo uma tecnologia que permite que regimes totalitários vigiem sem grande dificuldade dissidentes e activistas. Porém, se os cidadãos se apropriarem desse meio, ele torna-se útil para difundir e coordenar activismos e promover a transparência. Assange falou ainda do Médio Oriente e de Bradley Manning.
A associação de psicólogos Psychologists for Social Responsability enviou uma carta aberta ao secretário americano de defesa, em que expressa uma profunda preocupação pelas condições de detenção de Bradley Manning, denuncia como injustificável a decisão de o manter nu na sela e apela ao fim do isolamento. Refere-se ainda que a literatura científica demonstra que este tipo de tratamento coloca em causa a possibilidade de um julgamento justo.
Desde que iniciou a publicação de telegramas sobre a Tunísia, a WikiLeaks tem estado ligada à revolução no mundo árabe. A situação altera-se todos os dias, e a WikiLeaks continua a disponibilizar informação sobre a região. Perante a inevitável questão de saber se todos estes dados não dirão respeito a um mundo que já lá vai, a Foreign Policy elaborou um dossier sobre os "ArabLeaks", para determinar que informação se pode revelar pertinente para o presente e o futuro.
O jornal sueco Expressen revela uma ligação nada inocente entre uma das acusadoras de Julian Assange e a oficial que deu início ao processo. A ligação entre as duas é política e pessoal, e remonta a um tempo anterior à visita de Assange à Suécia. Ao não ter alegado conflito de interesses e ao influenciar o desenvolvimento do processo, a oficial em questão é mais uma prova da irregularidade do processo e das dúvidas legitimas que têm sido levantadas quanto à possibilidade de um julgamento justo na Suécia.
Pela primeira vez desde que se encontra detido, Bradley Manning faz um relato na primeira pessoa das condições em que tem sido obrigado a viver nos últimos meses. O documento, que foi divulgado no blogue do advogado do soldado que alegadamente terá passado os telegramas da diplomacia americana à WikiLeaks, confirma as denúncias que têm vido a público e nega categoricamente quaisquer comportamentos suicidas.
Na sequência dos tristes acontecimentos que assinalaram o dia internacional das mulheres no Egipto (cerca de 200 centenas de mulheres foram insultadas por um grupo superior de homens), o WL central explora alguns telegramas do Cairo, que revelam a magnitude do patriacalismo no país: tensões em torno de direitos políticos, do combate ao tráfico de seres humanos e aos ataques sexuais demonstram que quaisquer passos intencionados nestes domínios foram ténues e controversos.
A advogada australiana de Julian Assange deu uma entrevista ao La Vanguardia. Concisa e clara, Jennifer Robinson revela que as acusações a Assange na Suécia não têm base e correspondem a delitos que não existem em mais lado nenhum. Denuncia igualmente a postura do governo australiano, e dá a entender que haverá novidades em termos de publicações da WikiLeaks em breve.
No centésimo dia da divulgação dos telegramas da diplomacia dos EUA, a WikiLeaks anuncia a ampliação das parcerias com órgãos de comunicação e grupos de activistas em todo o mundo. Leia o editorial publicado no site oficial.
A Reuters teve acesso a telegramas da WikiLeaks (por via de terceiros), e reporta que através deles se pode constatar o nível de envolvimento dos EUA em negócios de venda de armas e acordos energéticos, sem pejo em fornecer meios a governos para atacar os próprios cidadãos. De um modo geral, torna-se claro que uma das missões mais importantes da diplomacia americana é a promoção de empresas americanas, como a Lockheed Martin, um dos maiores gigantes no sector do armamento à escala mundial.
Na semana em que foram reveladas as acusações a Bradley Manning e se agravaram as condições da sua detenção, multiplicam-se os artigos que denunciam que o tratamento do soldado acusado de desviar informação para a WikiLeaks equivalem a tortura e expõem a hipocrisia das autoridades americanas no diz respeito aos direitos humanos. Salientamos Bradley Manning and the Tomb of the Well-Known Soldier, de Greg Mitchell, Bradley Manning and the Stench of Us Hypocrisy(2), de Ryan Gallagher e America's Dreyfus Case, de Robert Weller.
Num estudo aprofundado que será brevemente publicado e cujo resumo se encontra já on-line, Yochai Benkler, professor na conceituada universidade de Harvard, acusa o governo americano, os media tradicionais e as grandes empresas de estarem a trabalhar em conjunto para violar os direitos garantidos pela primeira emenda (que confere o direito à livre expressão) da constituição americana no caso da WikiLeaks.
Telegrama da WikiLeaks a que o jornal espanhol 20 Minutos teve acesso revela que a Líbia adquiriu sangue contaminado com HIV a baixo custo, com o qual foram contaminadas 438 crianças. O governo líbio condenou 5 enfermeiras búlgaras e um médico palestiniano e acusou os EUA e Israel de terem urdido uma conspiração para espalhar a doença entre as novas gerações do país. Provas científicas e autoridades internacionais desmentem esta teoria. E os telegramas apontam antes para um caso nítido de corrupção.
As autoridades espanholas foram autorizadas a prosseguir a investigação de crimes de tortura sistemática e maus tratos continuados em Guatánamo. A decisão, que será a primeira investigação oficial à pratica de tortura por oficias americanos, surge depois de um telegrama da WikiLeaks, publicado no ano passado, ter revelado que os EUA pressionaram o governo espanhol para que cancelasse o processo.