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Trago más notícias para alguns negócios e (a)Venturas

Más para os que provocam o medo; para os que vivem do medo; para os que fazem dinheiro com o medo; para os que ascendem socialmente pelo medo e para os que, no final, fogem com medo das consequências reais que a sua propagação artificial do medo operou.
Podem também ser notícias confusas para os que, por medo, se chegaram às políticas do medo. São boas notícias, afinal, para os que querem a paz e rejeitam o ódio.
Todavia, há certamente quem tenha válidas razões para se sentir com medo – individual e colectivo. Quem o sente, deve ser protegido, apoiado e confortado. As causas e motivos que o provocam devem ser erradicados. Todos, sem excepção, têm direito à paz e à segurança.
Enquanto houver medo, a sua causa e causadores devem ser investigados com métodos escrutináveis e democraticamente validados. Sem circo. Os castigos, se houver lugar a castigo, devem ser preventivos, pedagógicos e com o objectivo de reinserir quem errou. Proporcionais e sem discriminação de ascendência, sexo, etnia, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual. Todos, sem excepção, mesmo os criminosos, têm direito uma Justiça justa.
O Portugal que não é o de certos meios de comunicação social, parece estar no bom caminho. Porém, no retrato do mundo, os conflitos campeiam. As armas vendem-se ao balcão. O ódio e a irresponsabilidade saltam do jornal para a televisão, da televisão para o jornal. Acabam nas redes e nos cafés. Vendem muito. O medo não acabará em país nenhum enquanto as suas longas raízes – a ignorância, a injustiça e a desigualdade, e quem as aduba – continuarem a medrar… Mas isso fica para outra crónica.
Talvez amanhã certos meios de comunicação populares façam capa com estas boas notícias. Temo, porém, serem más para o negócio de alguns. E ainda bem.
Artigo publicado originalmente em viaesquerda.pt
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