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Ministério fecha escolas, aumenta o desemprego e diminui o país

O laborioso Nuno Crato avisou recentemente que vai continuar a contribuir para o fecho do país com o desmantelamento da rede de estabelecimentos de ensino.

Nesta leva fecham 311 escolas do 1º ciclo. Ninguém espera outra coisa senão o envio para o desemprego de muitos professores e funcionários das escolas e o aumento da distância a percorrer pelas crianças e famílias diariamente no circuito casa-escola.

As justificações para o fecho das escolas são as que ouvimos sempre seja qual for o tipo de equipamento a fechar: é possível dar mais condições aos cidadãos, os alunos neste caso, noutras escolas mais bem equipadas. Não é um bom argumento, mas é o argumento que basta.

É o argumento eterno que vai fechando o país aos poucos e amontoa vidas em aglomerados habitacionais mais agressivos, menos saudáveis e com menos qualidade de vida: mais gente para os mesmos (ou menos) serviços. Claro que o mesmo argumento fecha maternidades, hospitais, serviços de finanças, correios, centros de saúde, e na prática, vilas ou aldeias.

O desemprego que empurra pessoas para fora do país e para fora de uma vida digna, é um detalhe na cabeça do Ministro da Educação tirado de algum governo dos anos 50 ou 60. Enquanto isto a Confap diz que é preciso ver caso-a-caso (espero que já tenham a lista e que já estejam a ver caso-a-caso) e enérgicas mobilizações continuam a ter lugar de forma rotinada para ocupar os espaços a defender na luta de classes porque são pequenos e valem a sobrevivência.

Os argumentos da política da austeridade são tristes porque nos permitem perceber onde estamos, ou quando estamos.

Sabendo que não há saltos quânticos na política, na luta pela hegemonia de ideias e na necessidade permanente de intervenção, resta ter muita força e discernimento para construir alternativas reais, organizações enraizadas, profissionalizadas, radicalizadas, para reconstruir tudo o que está a ser triturado.

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Engenheiro informático
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