O Glifosato é um herbicida, o mais usado no Mundo e no nosso país. É considerado por diversos estudos científicos como um “carcinogéneo provável para o ser humano”.
Nesta, como noutras matérias científicas, não há unanimidade de pensamento, por enquanto. Muitos e muitas ainda se lembrarão da polémica sobre o DDT, até que este produto foi proibido.
Não vou aqui discutir as razões e os argumentos científicos sobre esta importante questão. Tenho a minha própria convicção e a comunidade científica se encarregará, a curto prazo, de esclarecer cabalmente.
Quero, sobretudo, questionar o que devem fazer aqueles e aquelas que foram eleitos/as pelo povo e têm uma palavra a dizer e uma decisão a tomar sobre o uso deste herbicida.
O debate sobre a utilização do Glifosato em espaços públicos tem agora mais visibilidade, mas vem de trás, fruto da persistência dos movimentos ambientalistas em colocá-lo na agenda política e já na anterior legislatura o BE tinha levado o assunto ao Parlamento. Voltou novamente ao debate nacional e está no debate europeu porque se discute a renovação da licença para a sua venda no espaço da União Europeia. E está nas autarquias locais que são as responsáveis pelo seu uso no espaço público, como aconteceu ontem na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal de Torres Novas.
PSD e CDS mantêm a posição de sempre. A favor do Glifosato. PS, na Câmara opta pela abstenção e na Assembleia Municipal divide-se, havendo 3 votos contra o uso do Glifosato. PCP vota a favor do uso do Glifosato, contrariando a posição assumida noutras ocasiões – há cerca de um mês no Parlamento absteve-se sobre a proibição total do glifosato e em muitas autarquias vota contra o seu uso e na Câmara de Évora onde tem a maioria, tomou mesmo a iniciativa de deixar de aplicar o herbicida.
Mas a questão, que é complexa sem dúvida, é muito simples neste momento: Em caso de dúvida vota-se pela saúde ou pelo herbicida?
Chama-se a isto o princípio da precaução!
O uso do Glifosato é vendido e difundido como inócuo pelas multinacionais interessadas na sua venda, como é o caso da Monsanto. Estão em causa interesses económicos poderosos. Mas a Saúde das populações e a defesa do meio-ambiente é que deve nortear a decisão política.
