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Fazer a Diferença

Contem com a coragem do Bloco de Esquerda para ‘Fazer a Diferença’. Os/as Açorianos/as decidirão, já em outubro próximo, até que ponto querem que a façamos!

O Bloco de Esquerda realizou, no passado dia 2 deste mês, a sua V Convenção Regional, em vésperas das Eleições Regionais, em que estará nas mãos dos/as Açorianos/as dar mais força a verdadeiras políticas de esquerda, que respondam a problemas como o desemprego, o trabalho sem direitos, a falta de transparência na administração pública ou as desigualdades sociais.

O programa aprovado nesta convenção pretende consubstanciar propostas que respondam a estes problemas (entre outros), que colocaremos ao veredicto dos/as eleitores/as açorianos/as.

É preciso interromper os ciclos de monocultura na nossa economia. O Turismo não pode ser a nova monocultura de serviço. Seguir por esta via é voltar ao passado e penhorar o futuro. Por isso, para alcançar uma mudança de paradigma na economia, defendemos uma aposta decidida em duas novas áreas: o Mar – através da criação de um Centro Internacional das Ciências do Mar e Alterações Climáticas, que coloque os Açores no centro do conhecimento do Mar, do novo setor da biotecnologia e da proteção do nosso meio ambiente, contra as investidas das ganâncias exteriores – e a nossa posição Geoestratégica – que tem que ser colocada ao serviço dos Açores, através de uma estratégia própria e não permanecer refém de interesses alheios e pouco aconselháveis.

O legado da governação do Partido Socialista é, a cada ano que passa, o de uma Região de colossais desigualdades sociais. Nos Açores, não se é pobre só por ter pensões baixas, ou só por estar desempregado/a. É-se pobre, mesmo quando se trabalha, por exemplo, nas pescas, na generalidade do sector privado e particularmente no sector ‘estrelinha’ desta governação - o turismo.

Levar para casa o equivalente (ou pouco mais) do que é considerado como o limiar de pobreza - cerca de 420 euros/mês - é o dia-a-dia de milhares de Açorianos/as. O Bloco de Esquerda tem uma visão muito diferente sobre os direitos de quem trabalha e não subscreve a lógica vigente, de que já é ‘bom’ ter um trabalho, por pior que ele seja, como se fosse uma inevitabilidade escrita nas estrelas.

A par disto, é urgente uma política assertiva de robustecimento dos serviços públicos, nomeadamente, na Saúde e na Educação.

É evidente que não pode haver dinheiro para estas políticas, quando o Governo Regional desbarata dinheiro público, a servir clientelas.

Continuar a derramar dinheiro, para montar e manter rendas de empresas que mais não fazem do que parasitar os serviços públicos será, para alguns, um bom augúrio de vida, mas é, para a generalidade dos/as Açorianos/as, um verdadeiro desfalque.

Reivindicamos também transparência e rigor na administração pública, nomeadamente, ao nível das admissões de pessoal. Pôr fim aos concursos com ‘cartas marcadas’, nos quais já se sabe quem entra e não entra, é imperioso.

No que diz respeito ao aprofundamento da nossa Autonomia, a V Convenção do Bloco de Esquerda/Açores aprovou propostas concretas e exequíveis, cujo principal objetivo é aumentar os poderes de autogoverno dos Açores, em matérias tão importantes como o Mar e a defesa dos interesses da Região no que respeita aos tratados internacionais.

Chamam-nos um partido de protesto! E fazem bem, porque protestamos contra a injustiça, o favoritismo e a prepotência. Dizem que lançamos atoardas! E fazem mal, porque as denúncias que fazemos têm protagonistas reais, a cores e ao vivo, para as confirmar.

No fim, contem com a coragem do Bloco de Esquerda para ‘Fazer a Diferença’. Os/as Açorianos/as decidirão, já em outubro próximo, até que ponto querem que a façamos!

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Bloco de Esquerda. Deputada à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, entre 2008 e 2018.
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