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Eurodeputado condenado a prisão

O deputado do Partido Popular Europeu, Ernst Strasser, eleito nas últimas eleições de 2009, acaba de ser condenado a quatro anos de prisão efetiva por corrupção no exercício do seu mandato.

Jornalistas do Sunday Times fizeram-se passar por lobistas de altos interesses financeiros e encomendaram ao deputado emendas cirúrgicas em relatórios legislativos sobre o setor. Com uma câmara oculta, filmaram Strasser a pedir uma "avença" de 100 mil euros por ano para fazer o serviço. Demitiu-se quando o filme foi divulgado.

Este doutorado em Direito, dirigente do direitista Volkspartei, Ministro federal dos Assuntos Internos da República da Áustria (2000-2004) e detentor da Grã-cruz da ordem jordana Al Kawkab Al Urduni, da Grã-cruz da ordem papal de São Gregório Magno, da Grã-cruz da ordem do Congresso da República da Colômbia e da Grande Insígnia de Ouro da Banda de Mérito da República da Áustria, disse uma vez no Parlamento Europeu, a propósito de um escândalo de escutas na Bulgária: "É evidente para nós a importância do Estado de direito, de um sistema de justiça e do adequado funcionamento do controlo parlamentar, em particular no caso de questões sensíveis". Ora bem, aqui tem o Senhor Doutor o sistema a funcionar.

O que é algo que nos deve fazer pensar, a nós, portugueses: este caso ocorreu em 2011 em Bruxelas e nos primeiros dias de 2013 já há uma sentença na Áustria. É claro que ainda pode haver recurso, mas a verdade é que a corrupção feita em Portugal no mesmo ano de 2011 está muito longe de ser julgada e ainda mais de ser condenada.

Artigo publicado em renatosoeiro.blogspot.be

Sobre o/a autor(a)

Engenheiro Civil. Ativista do Bloco
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