A cultura é um elemento crucial para o desenvolvimento humano, sendo fundamental para a identidade, a coesão social e o progresso económico. Nos Açores, assim como em outras regiões ultraperiféricas, a cultura tem uma importância ainda maior, ajudando a superar os desafios de pobreza, exclusão social e falta de oportunidades económicas. No entanto, apesar do papel central que a cultura desempenha na região, é vista como um setor periférico, pouco valorizado e financiado.
Os Açores são uma região com uma forte identidade cultural, que se manifesta em várias dimensões da vida quotidiana. A música, a dança, a culinária e as tradições religiosas são apenas algumas das expressões culturais que definem a região. Além disso, a cultura tem um papel fundamental na construção da coesão social, ajudando a unir as comunidades em torno de valores compartilhados e experiências comuns.
A cultura também é um fator chave no turismo, uma das principais atividades económicas dos Açores. Os visitantes são atraídos pela beleza natural da região, mas também pela cultura açoriana, que oferece uma experiência única e autêntica. A cultura, portanto, é um elemento crucial para o desenvolvimento económico sustentável da região, ajudando a criar empregos e estimulando a economia local.
Nos Açores, assim como em outras regiões periféricas, a pobreza e a exclusão social são desafios significativos. A cultura desempenha um papel importante na superação desses problemas, proporcionando uma fonte de emprego e receita, bem como um meio de integração social.
A cultura ajuda a criar oportunidades económicas para as comunidades locais, oferecendo empregos em áreas como artesanato, música, teatro e turismo cultural. Além disso, a cultura é usada para combater a exclusão social, oferecendo programas educacionais e atividades culturais para grupos marginalizados, como jovens em risco, pessoas com deficiência e idosos.
Apesar da importância da cultura nos Açores, os profissionais da cultura enfrentam condições precárias de trabalho e salários baixos. Muitos trabalham como freelancers, sem acesso a benefícios como seguro de saúde e pensão, apesar do novo estatuto dos profissionais da área da cultura. Além disso, a falta de financiamento adequado para a cultura torna difícil a realização de projetos culturais de longo prazo e investimentos em infraestrutura e equipas coesas.
Para que a cultura possa desempenhar plenamente o seu papel na região, é essencial que os profissionais da cultura sejam valorizados e apoiados. Isto significa fornecer recursos financeiros adequados para a cultura, bem como garantir condições de trabalho justas e dignas para os profissionais do sector.
A candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura foi uma oportunidade única para mostrar ao mundo a riqueza e a diversidade cultural dos Açores, mas é essencial que essa candidatura seja vista como um ponto de partida, e não como um fim em si mesma. Os governantes açorianos precisam entender que a cultura é um elemento fundamental para o desenvolvimento humano e económico, e que é necessário investir em cultura para alcançar um futuro mais justo, inclusivo e sustentável.
