Segundo as previsões do Banco de Portugal (que certamente serão ultrapassadas pela negativa) Portugal perderá em 2011 e 2012 ainda mais sessenta mil empregos. As consequências serão (já estão a ser) devastadoras: desde logo, milhares e milhares de vidas arruinadas, em particular porque aumenta o desemprego de longa duração e as famílias com mais de um desempregado, a par das conhecidas restrições ao subsídio de desemprego e ao subsídio social de desemprego. Mas também recessão acrescida na economia, dada a perda de poder de compra e o inevitável crescimento das prestações sociais. Em suma: os resultados previsíveis dos PECS e da austeridade cega do PS e do PSD…
Mas há uma outra consequência não menos importante: nesta situação e perante a entrada previsível do FMI teremos uma pressão tremenda para a baixa de salários e uma repressão sistemática aos direitos sociais e políticos dos trabalhadores, nomeadamente no que se refere à protecção contra os despedimentos e ao próprio exercício do direito à greve. Estão criadas, além do mais, as condições para que a precariedade se torna a norma.
Por tudo isto digo (sem qualquer pingo de paternalismo) aos jovens portugueses que ainda pensam em abster-se nas próximas eleições presidenciais: mexam-se e votem. Manuel Alegre é o único candidato com hipóteses de vencer que considera o desemprego e a precariedade como o principal défice do país e o melhor colocado para cimentar uma frente anti FMI. Votem Alegre e pensem no vosso futuro que pode não existir.