O SNS e os TSDT: o que aconteceu?

Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica nasceram da evolução da ciência e da tecnologia aplicada à prática médica inovadora. Felizmente a inovação tecnológica explodiu nos últimos trinta anos e estes profissionais souberam - e sabem - abraçar este desafio constante, através do investimento contínuo na sua formação e dedicação. Por isso o valor das profissões que a carreira de Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica abrange é incalculável para a qualidade de vida dos utentes do Serviço Nacional de Saúde.

A evolução da ciência na prática clínica atual e a prestação destes profissionais, no diagnóstico e no planeamento das melhores estratégias de tratamento, conferem hoje à medicina um nível de excelência, que não teria aplicabilidade sem a eficiência, eficácia e conhecimentos adquiridos nas últimas décadas destes profissionais, pela excelência das suas práticas, emitindo resultados que permitam aos demais profissionais de saúde, aplicar, eleger e gerir o diagnóstico diferencial, a melhor terapêutica a aplicar aos pacientes e com a maior brevidade possível.

Esta premissa de prática, permite ao utente, muitas vezes, abandonar o ciclo da doença, evitar a sua comicidade, garantido maior qualidade de vida, pré, per e pós doença, com rápido retorno à sua vida ativa, mais saudável física e emocionalmente garantindo igualmente retorno social e financeiro ao país. Em última instância a prática assertiva, conhecedora, especializada, dos profissionais garante sustentabilidade ao SNS, tanto por via da melhoria da qualidade de saúde dos doentes (redução dos gastos na saúde), como por via do rápido retorno dos pacientes à vida contributiva, com saúde, garantindo a sustentabilidade de todos os sistemas de suporte social.

Desta forma, os TSDT regem-se pelos melhores padrões de formação contínua, na procura da evolução constante e que satisfaça a evolução científica na prática clínica, todos os dias. E dos diversos atores profissionais da saúde, os TSDT são, nos processos de diagnóstico e de tratamento, a matriz de suporte dos cuidados de saúde eficientes - estrategicamente posicionados nas valências mais específicas e especializadas do diagnóstico e práticas inovadoras. Permitem assim reduzir o tempo e os riscos cirúrgicos, o flagelo das infeções hospitalares, a recorrência e comicidade da doença, permitindo a implementação e preparação das terapêuticas mais eficientes no timing clínico favorável ao utente nos diversos patamares dos cuidados de saúde.

A prática clínica atual está totalmente dependente da exigente e eficaz colaboração destes atores da Saúde, muitas vezes invisíveis, e por isso muitas vezes esquecidos. No entanto, os cerca de 8000 profissionais no SNS, carreira especial do Estado português, estão disponíveis 365 dias por ano, 24h/dia, expostos aos riscos físicos, químicos, psicossociais e biológicos, como os demais profissionais da saúde. Somam inclusivamente riscos de prática, associados à especificidade das suas profissões, como os riscos de utilização de radiações ionizantes, de manipulação e contaminação radioativa ou por preparação de quimioterápicos.

As opções políticas de gestão de recursos devem beneficiar a sustentabilidade. No entanto, a valorização do capital humano é crucial para a eficiência dos sistemas de saúde. Os TSDT constituem uma nossa pequena expressão orçamental, irrelevante, quando no outro prato da balança pesa a mais valia da prática clínica, dedicada, experiente, transversalmente conhecedora destes profissionais na promoção da saúde.

Política e mediaticamente silenciosos. Apaixonados pela vontade de resolver, de apresentar soluções, de estudar, de escrutinar todas as possibilidades diagnósticas, para aumentar o leque terapêutico. Continuarão a desempenhar o seu trabalho com a dedicação, o brio e o empenho que a missão exige. Mesmo sabendo que muitas questões, não chegam com a clareza da prática, aos vários patamares de juízo, e por isso se somam muitas injustiças, passíveis de corrigir.