Maria do Carmo Bica

Maria do Carmo Bica

Engenheira agrícola, presidente da Cooperativa Três Serras de Lafões. Autarca na freguesia de Campolide (Lisboa). Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990

Está quase tudo por fazer, no setor agroflorestal e nos territórios rurais, na defesa dos direitos das mulheres rurais, na luta feminista das mulheres agricultoras e rurais.

O fortalecimento do direito dos cidadãos a uma alimentação saudável, segura e de qualidade, acessível a todos e no quadro do cumprimento do direito humano à alimentação adequada, deve ser um elemento-chave.

O dia 15 de Outubro foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) Dia Internacional da Mulher Rural.

Está na altura de assumirmos que o problema é essencialmente de gestão e planeamento.

O sistema de seguros agrícolas em Portugal é privado, contrariamente ao que acontece em Espanha, e os agricultores ficam à mercê do mercado de seguros.

O projeto governamental é demasiadamente restritivo e, a ser aprovado, só abrangerá quem obtiver a maioria dos seus rendimentos da agricultura.

A divulgação do caso da Raríssimas tem o mérito de trazer para a agenda política a necessidade de um novo olhar sobre a Economia Social em Portugal.

Há que ter a coragem de afrontar o cartel de interesses à volta do sistema alimentar português e garantir a efetivação do direito humano à alimentação saudável.

É urgente fazer o debate sobre a forma de contrariar a escalada de degradação da qualidade da democracia que vem associada, em muitos casos, a elevados níveis de falta de transparência.

Mais uma vez o discurso político abranda, as instituições metem os projetos nas gavetas e os órgãos de comunicação social deixam de fazer manchetes com as questões florestais.