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Racismo e islamofobia
Neste panfleto do Fórum contra o Racismo e a Islamofobia do Reino Unido (FAIR), explica-se o que é a islamofobia.
A islamofobia é um termo relativamente novo; mas as realidades a que ele se refere , contudo, têm estado presentes nas culturas e sociedades europeias por muitos séculos.
Um dos principais relatórios sobre o fenómeno da islamofobia, do Runnymede Trust em 1998, definiu a islamofobia como o receio, o ódio e a hostilidade em relação ao Islão e aos muçulmanos perpetuado por uma série de "visões fechadas"que atribuem estereótipos depreciativos e negativos aos muçulmanos. Este receio, ódio e hostilidade podem, e fazem-no realmente, expressar-se em relação aos muçulmanos numa variedade de formas, incluindo:
- imagens negativas e condescendentes e referências nos média, e nas conversas do dia-a-dia;
- ataques, abusos e violência nas ruas;
- ataques a mesquitas e cemitérios;
- discriminação no emprego;
- falta de reconhecimento e de respeito pelos muçulmanos na maioria das instituições públicas.
Em anos recentes, o identificador do preconceito e da discriminação tem sido mais a religião que a raça, cor ou nacionalidade. Contudo, a islamofobia tem semelhanças com estas outras formas de preconceito - racismo baseado na cor ou na aparência física, por exemplo, e o racismo anti-cigano ou anti-semita:
- envolve ignorância e desinformação, muitas vezes sustentadas e perpetuadas por interesses de grupos sectoriais;
- envolve a atribuição a toda uma comunidade as mesmas qualidades negativas sem diferenciação, apesar de serem observáveis em apenas alguns membros dessa comunidade;
- manifesta-se de diferentes maneiras - pode ser maliciosa e directa, as também subtil e indirecta, pode ser expressa través de práticas institucionais assim como por individuais, e completamente sem intenção a nível do indivíduo;
- é invasiva - pode afectar e afecta todos os aspectos da vida muçulmana na Grã-Bretanha.
Além disso, assim como termos como anti-semitismo são pouco precisos para descrever a hostilidade antijudaica que se desenvolveu nos finais do século XIX, também o termo "islamofobia" tem algumas dessas características.
Enfrentar a islamofobia, porém, nunca pode ser uma desculpa para travar o comentário livre e justo. Não é islamofóbico discordar ou desaprovar crenças, práticas ou acções muçulmanas. Na verdade, dentro da comunidade muçulmana, tanto na Grã-Bretanha quanto globalmente, reconhece-se que discordâncias, discussões e debates são parte importante do Islão contemporâneo e das sociedades muçulmanas, e requisitos absolutos para manter a importância do Islão. Discordâncias legítimas e críticas de não-muçulmanos são, por isso, não só esperadas como apreciadas. Porém, pedimos que elas sejam feitas com sensibilidade e bom senso.
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