Há que perguntar o que é mais perigoso: o negacionismo climático da extrema-direita ou o negacionismo prático do centrão que diz que há alterações climáticas mas age como se as mesmas não existissem?
Compilando dados de fontes oficiais, Greve Climática Estudantil e Climáximo criaram o inventário que explicita com elevado nível de detalhe a maneira como se distribuem as emissões em Portugal.
A neutralidade carbónica e as promessas de emissões “net zero” são truques utilizados por governos e empresas para justificar aprovar aumentos de emissões, com as petrolíferas a indicarem que querem continuar a aumentar a produção de combustíveis fósseis.
O encerramento da Refinaria de Matosinhos ameaça tornar-se emblemático por estar coberto de erros, mas ainda assim não existe qualquer dúvida que esta, como as outras estruturas que alimentam o capitalismo fóssil, têm de encerrar no curto prazo.
Para haver uma transição justa, a empresa tinha e tem de ser nacionalizada para ser feito um processo de transformação que incluísse trabalhadores e descarbonização, criando a base de uma indústria nacional de energia não-fóssil.
Cinco anos depois, o Acordo de Paris, estruturalmente e politicamente impotente para a tarefa de desmantelar o capitalismo fóssil, está tão morto quanto no primeiro dia.
O argumento mais invocado para apoiar a Estratégia Nacional para o Hidrogénio é a ideia de que a mesma tem alguma coisa que ver com descarbonização e combate às alterações climáticas. Apesar do valor propagandístico, a ligação entre hidrogénio e descarbonização é ténue.
A iniciativa subscrita por mais de 70 organizações e movimentos de base na luta pela justiça climática de todo o mundo compromete-se a criar planos próprios para a transformação produtiva e social necessária para travar o colapso climático.