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Violência contra as mulheres: um fenómeno multidimensional

A violência contra as mulheres é uma forma de discriminação e uma violação de direitos humanos, sendo que a sua persistência constitui um pesado retrocesso civilizacional. Tendo em conta que as suas manifestações são variadas e complexas, a resposta a este fenómeno terá que ser global, estratégica e exige o envolvimento de toda a sociedade.
Foto de Paulete Matos.

Ao invés de constituir um conjunto de fenómenos isolados e facilmente repreensíveis pelo conjunto da sociedade, a violência contra as mulheres constitui uma realidade cultural que se fundamenta na relação estrutural de desigualdade que existe entre mulheres e homens.

A permanente repressão contra as mulheres visa, na realidade, perpetuar a sua menorização e constituir uma forma de controlo sobre o seu poder e a sua sexualidade.

A violência contra as mulheres é um fenómeno multidimensional, não se limitando a uma cultura, região ou país nem a um grupo específico de mulheres numa sociedade. A violência doméstica assume, por outro lado, várias formas, entre as quais a violência doméstica, o assédio sexual, a violação, o tráfico, a mutilação genital, assim como pode manifestar-se através de violência física, emocional, verbal, económica, sexual, psicológica, entre outras. As mulheres são alvo deste tipo de violência em contextos muito variados – na família, no trabalho, nos espaços públicos, etc.

Neste sentido, é necessário abordar esta problemática de forma integrada e de maneira a envolver toda a sociedade. Contudo, independentemente de qualquer declaração de boas intenções, a prevenção e o combate contra a violência doméstica nunca singrarão caso não exista vontade política e/ou não se assegurem os recursos necessários.

Quando é o próprio Estado a contribuir para a discriminação das mulheres, seja, nomeadamente, não responsabilizando os agressores, ou permitindo, mediante lacunas legais, a perpetuação de comportamentos discriminatórios, existe a perceção de que a violência exercida pelos homens sobre as mulheres é aceitável e normal.

A violência contra as mulheres é uma forma de discriminação e uma violação de direitos humanos que tem consequências dramáticas não só para as mulheres, como para os seus filhos e o conjunto da sociedade, tendo, inclusive, graves repercussões económicas.

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Neste dossier:

Violência contra as Mulheres

A violência contra as mulheres é uma forma de discriminação e uma violação de direitos humanos, sendo que a sua persistência constitui um pesado retrocesso civilizacional. No dia 25 de novembro, sairemos à rua para exigir a vontade política e os recursos necessários para assegurar uma estratégia eficaz de prevenção e combate à violência contra as mulheres. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

UMAR apresenta dados sobre mulheres assassinadas em 2011

A UMAR apresentou esta quinta-feira, Dia Internacional pela Eliminação da Violência Doméstica, os dados relativos ao Observatório de Mulheres Assassinadas e referentes ao ano de 2011. Até dia 11 de novembro do presente ano, registaram-se 23 homicídios, 39 tentativas de homicídio e 62 vítimas associadas. Ver relatório.

Violência contra as mulheres: um fenómeno multidimensional

A violência contra as mulheres é uma forma de discriminação e uma violação de direitos humanos, sendo que a sua persistência constitui um pesado retrocesso civilizacional. Tendo em conta que as suas manifestações são variadas e complexas, a resposta a este fenómeno terá que ser global, estratégica e exige o envolvimento de toda a sociedade.

Algumas formas da violência patriarcal

O patriarcado é muito antigo. Oprime as mulheres pelo facto de o serem. Já existia antes do capitalismo e reproduz-se de diversas formas para além do aspecto estritamente económico: pela linguagem, os estereótipos, a cultura. Artigo de Adriana Lopera.

Violência Contra as Mulheres é "persistente, generalizada e inaceitável"

Durante a apresentação, em outubro deste ano, do relatório anual do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre violência contra mulheres, Rashida Manjoo, Relatora Especial deste Conselho, classificou este tipo de violência como "persistente, generalizada e inaceitável" em todo o mundo.

O fenómeno da violência doméstica em Portugal

A violência doméstica é, muito possivelmente, a forma mais generalizada de violência contra as mulheres. No nosso país, este tipo de violência continua a vitimizar dezenas de milhares de mulheres, chegando a causar a morte de algumas das vitimas.

Não somos cúmplices nem indiferentes!

É este um dos lemas que nos deve nortear no que diz respeito à violência contra as mulheres. Não existe um decréscimo no número de vítimas de violência contra as mulheres, apesar de parecer que já está tudo feito, que a igualdade existe e que já é considerado crime público. Tem aumentado o número de denúncias, mas nem por isso têm aumentado as medidas de prevenção ou a avaliação do risco.  Artigo de Albertina Pena.

Não pararemos de lutar até que todas sejamos livres!

Como salienta Christine Ockrent, as mulheres são sempre as primeiras vítimas de humilhação, precariedade, maus-tratos conjugais, criminalidade, pobreza, fome, desemprego, violência, violação, morte. Artigo de Nádia Cantanhede.

A Branca de Neve e a Bruxa Má

O combate à violência sobre as mulheres é uma causa mundial que, felizmente, ano após ano tem maior visibilidade e congrega cada vez mais sectores da sociedade. Artigo de Helena Pinto.

Manifesto da Marcha pelo Fim da Violência contra as Mulheres

No dia 25 de novembro, celebra-se o "Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres". Em Portugal, esta data será assinalada com a Marcha pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, cujo início está marcado para as 17h no Largo de Camões, em Lisboa. Leia aqui o manifesto da marcha.