Entretanto houve a greve do dia 17 de Junho, data do exame nacional de português do 12º ano. Recordamo-nos da arrogância do ministro Crato nas vésperas desse dia. Das tentativas de isolar a luta. De virar a opinião pública contra quem está, em primeiro lugar, defendendo o emprego e a escola pública de qualidade.
O ministro, o governo, os fanáticos da austeridade da troika, montaram um estratagema que visava nada menos que aniquilar esta luta e esta classe profissional. Muitas pessoas nem se terão apercebido do enorme dispositivo que accionaram para arrasar os professores. Será assim que querem abrir de vez as portas à privatização acelerada da escola pública? E ameaçar o direito de greve?
Não puderam fazer a requisição civil, nem decretar os serviços mínimos. Mas na prática tentaram fazer o mesmo: houve casos extremos em que foram convocados 140 professores para vigiar uma sala de exame onde estava um aluno! Em média, calcula-se que foram chamados para substituir as equipas normais , dez vezes mais trabalhadores! Mesmo assim, perante atropelos e ilegalidades, intimidações, requisições, ameaças, conseguiram derrotar o ministério e o governo.
A greve de professores é decisiva. Dela depende a escola pública: a democracia. O acesso universal, gratuito ao ensino unificado: o combate à ameaça da escola dual: umas escolas para pobres, outras para ricos.
A greve dos professores vai a meio caminho. Foram encontradas formas de fundo de greve, com que quase todos se solidarizam. No dia da greve de dia 17, desde a primeira hora, as pessoas juntaram-se nas escolas, para confraternizar.
Este movimento pode continuar por mais duas semanas, como muitos e muitas defendem. É disto que o governo tem medo!
Tudo depende da resistência e determinação. E do alargamento da base de mobilização contra a troika.