Miguel Heleno

Miguel Heleno

Investigador em sistemas de energia no Laboratório Nacional de Berkeley, Califórnia.

O programa e os valores do ecossocialismo não pretendem ser uma base moral para orientar comportamentos individuais, mas sim um instrumento político para a luta social concreta contra o capitalismo eco-destrutivo.

Se há coisa que esta crise nos mostrou é que este mercado de eletricidade não permite que as renováveis sejam um instrumento de proteção da economia perante subidas de preço dos combustíveis fósseis. E, portanto, não serve para uma estratégia de descarbonização. Por Miguel Heleno.

Numa altura em que, compreensivelmente, crescem as preocupações ambientais, o PS joga uma cartada populista para defender a linha dura de Centeno: ou flagelo da pobreza energética ou crise climática.

Raquel Varela tem escrito uma série de textos sobre as alterações climáticas, apelidando-as de um “dogma” que apenas serve para alimentar o capitalismo verde.

Depois de décadas de ausência de um plano de eficiência energética, aumentam as desigualdades no acesso e as situações de pobreza energética.

Talvez não saiba que, quando paga a sua conta de eletricidade, está também a contribuir para os lucros de grandes grupos económicos que nada têm a ver com o setor elétrico.

A praxe torna-se uma bomba-relógio num espaço onde tudo é ficção, exceto as consequências, e multiplicam-se os casos de praxes que correm mal.

Numa crónica no Público, Rui Feijó vem reivindicar para si o papel de cupido frustrado. O ex-vereador do PS na CM Porto recorre contudo a três elementos contestáveis.