O calvário dos gregos está longe do fim. Mas, indiscutivelmente, esta semana acrescentou um argumento poderoso a favor do imperativo da renegociação da dívida. E isso não é coisa pouca.
Articular a contestação em escala europeia contra a fragmentação nacional das políticas de empobrecimento - eis o valor político principal desta eurogreve.
Obama anuncia, à sua maneira profética, o mesmo que os governantes europeus anunciam com menos elegância oratória: que, sangrado o doente, virá a saúde eterna. Mas, na verdade, o que ele promete é apenas a continuidade da sangria.
Sem base social, com uma base política oscilante e sem qualquer credibilidade para insistir na estafada retórica da falta de alternativas, o Governo já só tem a troika e mais ninguém a seu favor.