Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

Henrique Raposo é igual a si próprio: a crónica, que é a sua vida, mostra-o inteiro, apresenta-o como é, orgulhosamente misógino em todo o seu esplendor.

Os seus cartazes podem dizer o que for, mas serão sempre o retrato dessa realidade: o PS foi inimigo do emprego e agora não apresenta uma proposta consistente para a criação de emprego. Por isso, faz estes cartazes que desdizem o que dizem.

As previsões foram um mecanismo para confortar a ideologia da austeridade e justificar a inacção.

A “devolução” é simplesmente uma cobrança no próximo ano que é um pouco menor do que no ano corrente. Portanto, não se recupera nada, nada é devolvido, o que é cobrado é que é um pouco menor. Se for. Se as contas estiverem certas e se os votinhos se portarem bem, entenda-se.

Afirma Hernâni Vaz Antunes, a quem chamam o “comissionista”, que participou numa reunião em Paris, no Hotel Shangri-La (e numa data anterior à da fusão da PT e da Oi), entre a PT, a sua dona Oi e a Altice, e que lhe foi prometida uma comissão de 69 milhões se a venda se concretizasse.

Ascenso Simões, ex-governante, é agora o diretor da campanha eleitoral de António Costa. É uma função essencial e de confiança pessoal para uma eleição difícil, em que tudo tem que ser medido. Por isso, o seu artigo “Pelo fim dos contratos de trabalho” não deve ser lido como uma piada ou um acaso.

Ao mostrar o que quer, a Europa-tal-como-ela-é mostra que não há futuro nem para a promessa, nem para o “projeto”, nem para a sua União. O que assistimos nestas horas sofridas foi simplesmente ao início do fim da União Europeia que conhecemos.

Apresento-vos o que me parece ser o guião adequado para ler as informações que receberemos de hoje até domingo sobre a decisão do Eurogrupo e depois do Conselho Europeu sobre um acordo com o governo grego, ou sobre a imposição da saída da Grécia do euro.

Há uns dias, um ex-governante socialista perguntava-me: já leste a coluna de hoje do líder de opinião da nova direita? Fui ler.

Hoje ao final do dia, a partir de uma convocatória nas redes sociais, juntaram-se algumas dezenas de milhares de pessoas na Praça Syntagma, no centro de Atenas. As barreiras policiais em frente ao parlamento desapareceram e os manifestantes ocupam tranquilamente a praça. Por Francisco Louçã, em Atenas