A saga do Acordo Swift continua no Parlamento Europeu. Rui Tavares, deputado independente eleito pelo Bloco de Esquerda e membro do grupo da Esquerda Unitária (GUE/NGL) voltou a intervir em plenário sobre o assunto depois de as suas iniciativas de defesa da privacidade dos cidadãos terem sido anteriormente adoptadas no Parlamento - para inquietação da Comissão e do Conselho.
Depois de derrotado duas vezes, o chamado Acordo Swift volta quinta-feira a votação no plenário de Estrasburgo. No ar reforça-se a ideia de que nas instituições europeias há quem esteja muito interessado em partilhar em massa os dados dos cidadãos da Europa com as autoridades dos Estados Unidos da América.
As instituições europeias e as autoridades norte-americanas têm insistido na necessidade de estabelecer um acordo que permita a Washington aceder aos dados dos cidadãos europeus disponíveis através da rede bancária internacional Swift. Trata-se, segundo alegam, de vigiar possíveis actividades terroristas. A Administração norte-americana tem multiplicado pressões sobre as instituições europeias, designadamente sobre o Parlamento, quer através de uma carta da secretária de Estado Hillary Clinton que através de um discurso em Bruxelas do vice-presidente Joseph Biden, que alguns eurodeputados qualificaram como "um puxão de orelhas" que lhes foi dado como "a meninos mal comportados".
Rui Tavares considera que esta insistência para a transferência em massa de dados privados, que já vai na terceira tentativa, é como "um daqueles filmes de zombies em que se acha que se matou o último mas aparece sempre mais um".
O debate sobre a nova tentativa decorreu terça-feira de manhã e a votação será efectuada na quinta-feira.
Artigo publicado no portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu
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