O economista e ex-comissário europeu italiano Mario Monti foi encarregado de formar governo pelo Presidente da República de Itália, Giorgio Napolitano, informou a presidência, no final deste domingo. Pouco depois, o primeiro-ministro indigitado, garantiu que, com esforço colectivo, o país vencerá a crise da dívida.
"A Itália deve ser um elemento de força e não de fraqueza da União Europeia", disse ainda Monti à imprensa. "A Itália deve sanear a sua economia e empreender de novo o caminho do crescimento. É algo que devemos aos nossos filhos, um futuro concreto de dignidade e de esperança", acrescentou.
O primeiro-ministro indigitado afirmou que vai começar de imediato a trabalhar na formação do seu governo e prometeu exercer as suas funções "com grande sentido de responsabilidade e de serviço à nação".
Mario Monti prometeu recuperar as finanças públicas italianas, fazer crescer a Itália economicamente e com atenção à situação social do país.
Já o Presidente Giorgio Napolitano avisou que este é um momento crucial para a Itália e disse esperar que a formação de um governo aberto possa unir forças políticas diversas, criando um clima de seriedade e respeito.
A nomeação de Monti foi feita no final de um longo dia de consultas do Presidente para assegurar consenso e uma maioria parlamentar a um governo de transição.
Também Silvio Berlusconi falou este domingo ao país, através de uma mensagem televisiva, na qual disse que se demitiu por "sentido de Estado e responsabilidade", que apoia um governo técnico e que vai redobrar o seu trabalho no Parlamento para renovar o país.
Mario Monti, o “negociador”
O ex-comissário europeu Mario Monti é visto como um negociador firme e um conhecedor dos meandros da política europeia. Conhecido na Itália como o "super Mario", Monti, de 68 anos, é classificado como um europeísta e um tecnocrata.
Doutorado em Ciências Económicas e Comerciais, foi comissário europeu entre 1994 e 2004 (pastas do Comércio e da Competitividade) e, no exercício destas funções, ficou conhecido pela guerra que abriu contra a General Electrics, que pretendia comprar a companhia Honeywell, e pela multa de 497 milhões de euros aplicada à Microsoft por violação da lei anti-monopólio.
Mario Monti assumiu algumas vezes preferir a política europeia à italiana e as suas eternas divisões. Afirmou, em 2001, "nunca ter manifestado qualquer boa disposição em relação a algum partido italiano". No mesmo ano recusou ser Ministro dos Negócios Estrangeiros e, em 2004, Ministro da Economia.
