A dissolução do governo de Berlusconi, que na terça-feira perdeu a maioria parlamentar, era esperada depois de terem sido aprovadas, com 156 votos a favor e 12 contra, as medidas de austeridade, que seguem a mesma receita aplicada em países como Portugal, irlanda e Grécia. Este pacote terá sido acordado com a União Europeia para reduzir a dívida e relançar o crescimento económico.
Ao deixar o governo, este sábado, a popularidade do primeiro-ministro italiano encontrava-se num mínimo histórico – 22%. A queda da popularidade é não só justificada pelos inúmeros escândalos de corrupção e escândalos sexuais mas também, e sobretudo, pela sua incapacidade de fazer face à grave crise económica que assola o país.
À porta do palácio presidencial, uma multidão apupava o ex-primeiro-ministro italiano, entoando palavras de ordem como “Ciao Silvio!”, “desaparece!” e “até que enfim!” ao som da música "Bella Ciao".
"Il Cavaliere" dará lugar ao antigo comissário europeu Mario Monti, que se responsabilizará pela formação de um novo Executivo. A escolha de Mario Monti não é, contudo, consensual no partido liderado por Berlusconi, o Povo da Liberdade, tendo sido avançados, inclusive, outros nomes para liderar um novo executivo.
O presidente italiano Giorgio Napolitano já apelou a todas as forças políticas para que “ajam com responsabilidade” nesta altura de “desafio para a coesão social do país”.