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Estado Social está em colapso, diz Ministra da Cultura

A ministra da Cultura surpreendeu os presentes numa conferência sobre gestão cultural ao afirmar "o Estado social está ameaçado e o colapso parece estar iminente, por toda a Europa". O secretário-geral do PSD já veio saudar as palavras de Gabriela Canavilhas.
Gabriela Canavilhas acha que o Estado deve conter ainda mais as despesas na cultura. Foto Min. Cultura do Brasil/Flickr

Na sua intervenção, a ministra procurava contextualizar a evolução do investimento na área da cultura em Portugal nas últimas décadas, cujo crescimento apontou como um "fenómeno que Portugal só começou a assistir na década de 90, muito graças à criação do Ministério da Cultura e à entrada de fundos comunitários avultados para a cultura nesses primeiros anos do El Dourado Europeu". Mas para Gabriela Canavilhas, "o estrangulamento das economias a partir da década de 90 começou a levantar as primeiras reservas quanto aos gastos públicos e à necessidade de revisão das políticas públicas" na Europa.

A ministra defendeu que o debate sobre o modelo de financiamento das actividades culturais "está na ordem do dia: em primeiro lugar por razões económicas – o Estado social está ameaçado, o colapso parece estar iminente, por toda a Europa". "Os deficits públicos estão a obrigar a repensar muito do sistema institucionalizado e obrigam-nos a olhar para a nossa área e procurar outras formas de co-financiamento, outras formas de sustentabilidade, outras formas de consolidação financeira, que permitam a continuidade do crescimento do sector", defendeu Gabriela Canavilhas.

O facto de ter dado estas declarações na mesma altura em que o PS fazia uma conferência de imprensa para criticar a proposta de revisão constitucional do PSD, salientando precisamente as diferenças que existiriam entre os dois partidos em matéria de protecção do Estado Social, foi bem acolhido por Miguel Relvas. O secretário-geral laranja assinalou com agrado "uma confluência entre as declarações da ministra e as opiniões de fontes do governo alemão", que criticaram o governo português por não fazer o suficiente para evitar o mesmo destino da Grécia. "Ela é bem-vinda junto das posições daqueles que têm denunciado a política do actual governo como forma de destruir o Estado social", saudou ainda o braço-direito de Pedro Passos Coelho.

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