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Transportes parados na Greve Geral

Neste dia 14, a greve vai paralisar o setor dos transportes. Os trabalhadores do Metro e dos transportes coletivos rodoviários, ferroviários, aéreos e fluviais prometem aderir em força ao protesto que desta vez tem dimensão internacional.
Dois dias após a visita de Merkel, Passos Coelho continua a enfrentar os protestos contra a austeridade que provoca recessão, desemprego e miséria. Foto Luís Branco.

Os transportes coletivos nos centros urbanos são sempre um dos pontos chave do sucesso da greve geral e esta quarta-feira não será exceção. A Transtejo já anunciou que não garante o serviço do transporte fluvial, com os trabalhadores a rejeitarem os serviços mínimos decretaos pelo Tribunal Arbitral.

«É a intenção dos trabalhadores não respeitarem, pois, apesar de legal, é ilegítimo estes serviços mínimos, que não ocorreram em outras situações iguais e não percebemos porque é que foram agora decretados», disse à agência Lusa Frederico Pereira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), lembrando que os trabalhadores da Transtejo e Soflusa aprovaram a greve geral em plenário.

A TAP também alertou os passageiros com voo marcado para dia 14 para mudarem a data de partida. Foram já cancelados 98 voos da transportadora aérea nacional, ameaçada de privatização em breve. Também a Air Europa já cancelou 92 voos marcados para quarta-feira. A par da Comissão de Trabalhadores da TAP, oito sindicatos da aviação e aeroportos subscreveram um comunicado conjunto prometendo ações comuns contra a privatização da TAP e da ANA e decretando a Greve Geral em toda a aviação civil e aeroportos.

O Metropolitano de Lisboa encerrará portas durante todo o dia, após o plenário de 26 de outubro, onde centenas de trabalhadores aprovaram a adesão à greve geral de dia 14, prometendo mais ações de luta para além dessa data.

Na Carris, o Tribunal Arbitral constituído no âmbito do Conselho Económico e Social decretou serviços mínimos para as carreiras  703, 735, 736, 738, 742, 744, 751, 758, 759, 760 e 767, que no seu entender deveriam funcionar a 50%, ou seja, com horário de verão. Mas os trabalhadores afetos à Fectrans não aceitam esta decisão e dizem querer pegar "no exemplo de coragem e de luta com que recentemente tanto os trabalhadores da CP como da Rodoviária do Tejo o resolveram, usando o direito constitucional à resistência a decisões ilegais e recusando todos, o cumprimento destes serviços".

Nos STCP do Porto, a arbitragem do Conselho Económico e Social ditou o funcionamento a 10% da totalidade da rede, incluindo as carreiras 1M, 4M, 5M, 7M e 10M, que circulam durante a madrugada do dia 14 de Novembro. Os trabalhadores reuniram em plenário no dia 30 de outubro e decidiram por unanimidade a adesão à greve, manifestando-se em seguida em direção à sede dos STCP, em protesto contra "o Plano Estratégico dos Transportes, que prevê a reestruturação da empresa, a sua fusão com a Metro do Porto e a concessão de toda a operação da STCP”.

No Metro do Porto, a circulação será afetada, com o horário reduzido - apenas entre as 7h e as 21h - e sem ligação a norte da estação da Senhora da Hora. Na linha azul, não haverá ligação à estação Senhor de Matosinhos, na linha vermelha à Póvoa de Varzim, na linha verde ai ISMAI, na linha violeta ao Aeroporto e na linha laranja a Fânzeres.

A CP também verá seriamente afetada a circulação de comboios, com a supressão da maioria das viagens no dia 14 de novembro. Os serviços mínimos foram decretados para as horas de ponta, com a circulação a paralisar na quase totalidade entre as 10h e as 17h. Os serviços internacionais Sud Expresso e Lusitânia Comboio Hotel foram já suprimidos pela administração da CP. A circulação nas áreas urbanas estará assim muito dificultada. Por exemplo, na linha Cascais - Cais do Sodré, o tribunal arbitral do CES determina a saída de quatro comboios em vez dos habituais dezassete.

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