As moradoras e moradores da Mouraria organizaram esta segunda-feira uma Sardinhada Solidária com as famílias sob ameaça de despejo da Rua dos Lagares.
Ao Esquerda.net, Rosário Conceição, uma das moradoras e ativista, disse que “esperamos conseguir uma casa. O que interessa é a gente gostar da festa, o que interessa é a gente ser solidária, o que interessa é a gente lutar, o que interessa é a gente reclamar.”
Já Carla Pinheiro desafiou o poder político: “Espero que os nossos políticos percebam que estamos a ser postos na rua não por falta de pagamento, mas por mera injustiça.” E “se Fernando Medina aqui aparecer pergunto-lhe logo: Porque é que não responde à carta que lhe enviámos?”
E leu algumas quadras de Santo António que os moradores do bairro escreveram, uma das quais dirigida a Fernando Medina:
“Gostava de dizer ao senhor Medina
Que tanto gosta de passear
Que faça mas’é um esforço
E arranje um sítio para morar”
Carla Pinheiro dirigiu também uma quadra a Assunção Cristas:
“As moças da Mouraria
recomendam uma oração
À doutora Assunção Cristas
vai dar uma voltinha de avião”
Em declarações à agência Lusa, Ricardo Robles, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, disse que “a pressão urbanística e a pressão das rendas estão a empurrar os moradores para fora da cidade”.
E apresentou alternativas para resolver o problema destes moradores: “A Câmara Municipal de Lisboa podia, por um lado, exercer o direito de preferência quando foi a compra do edifício, não o fez, não o tendo feito é preciso que haja uma solução de habitação para estas pessoas nesta zona”, defendeu, indicando que a autarquia tem “103 habitações na freguesia de Santa Maria Maior”, pelo que “é possível realojar estas pessoas em casas da Câmara nesta zona da cidade”.