Sardinhada Solidária contra os despejos na Mouraria: "esperamos conseguir uma casa

13 de junho 2017 - 15:05

Ricardo Robles, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, disse que “a pressão urbanística e a pressão das rendas estão a empurrar os moradores para fora da cidade”.

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Sardinhas Solidária na Rua dos Lagares.
Sardinhas Solidária na Rua dos Lagares.

As moradoras e moradores da Mouraria organizaram esta segunda-feira uma Sardinhada Solidária com as famílias sob ameaça de despejo da Rua dos Lagares. 

Ao Esquerda.net, Rosário Conceição, uma das moradoras e ativista, disse que “esperamos conseguir uma casa. O que interessa é a gente gostar da festa, o que interessa é a gente ser solidária, o que interessa é a gente lutar, o que interessa é a gente reclamar.”

Já Carla Pinheiro desafiou o poder político: “Espero que os nossos políticos percebam que estamos a ser postos na rua não por falta de pagamento, mas por mera injustiça.” E “se Fernando Medina aqui aparecer pergunto-lhe logo: Porque é que não responde à carta que lhe enviámos?” 

E leu algumas quadras de Santo António que os moradores do bairro escreveram, uma das quais dirigida a Fernando Medina: 

“Gostava de dizer ao senhor Medina

Que tanto gosta de passear

Que faça mas’é um esforço 

E arranje um sítio para morar”

Carla Pinheiro dirigiu também uma quadra a Assunção Cristas: 

“As moças da Mouraria 

recomendam uma oração

À doutora Assunção Cristas 

vai dar uma voltinha de avião”

Em declarações à agência Lusa, Ricardo Robles, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, disse que “a pressão urbanística e a pressão das rendas estão a empurrar os moradores para fora da cidade”.

E apresentou alternativas para resolver o problema destes moradores: “A Câmara Municipal de Lisboa podia, por um lado, exercer o direito de preferência quando foi a compra do edifício, não o fez, não o tendo feito é preciso que haja uma solução de habitação para estas pessoas nesta zona”, defendeu, indicando que a autarquia tem “103 habitações na freguesia de Santa Maria Maior”, pelo que “é possível realojar estas pessoas em casas da Câmara nesta zona da cidade”.