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PS e PSD estão a tecer o Orçamento do Estado para o próximo ano com "o agravamento das dificuldades das famílias" e o risco de conter novos aumentos de impostos, denunciou o coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, na noite desta quinta feira num comício em Beja.
Segundo o deputado, um novo aumento de impostos "significa um país mais pobre, com mais dificuldades" e "quanto maiores são os sacrifícios, mais sacrifícios são exigidos e pior é a situação que exige mais sacrifícios".
Ou seja, "estamos numa espécie de círculo vicioso das políticas económicas", observou, frisando que "o ajustamento do défice está a prejudicar a vida social em Portugal e, ao mesmo tempo, não está a relançar a economia".
Louçã recordou que o Programa de Estabilidade e Crescimento já conduziu a um aumento de impostos, “ao mesmo tempo que há um aumento do endividamento e com uma corrida aos juros dos empréstimos, que vai agravando as dificuldades estruturais da economia portuguesa". E sublinhou que é difícil cumprir as metas do défice se a economia portuguesa não recuperar e não criar emprego, defendendo que "a chave da alteração da economia portuguesa é criar emprego".
Por isso, a preocupação do Bloco de Esquerda "concentra-se em duas prioridades: uma política económica que possa estar orientada para o emprego e a justiça social".
Evocando o centenário da República, que se comemora em Outubro, Francisco Louçã disse que, como há cem anos, "a República hoje não pode conviver com qualquer política que assente no subterfúgio, no engano, na mentira, na demagogia, no populismo, no arranjismo, nesta forma de acertar a orientação do país através do acordo de partidos para aumentar os impostos depois de terem prometido o contrário".