Portucale e submarinos: três megaprocessos ligados

14 de junho 2010 - 16:10

Foi no âmbito do caso Portucale que surgiram indícios para os processos dos submarinos, nomeadamente através das escutas às conversas entre Abel Pinheiro e Paulo Portas.

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Paulo Portas e submarino

O processo dos submarinos está a ser analisado pelo Tribunal Central de Instrução Criminal. Na verdade, são três processos que estão estreitamente ligados entre si, como destaca o jornal Público, num trabalho realizado pelas jornalistas Lurdes Ferreira e Mariana Oliveira, a partir da consulta ao processo.

O Caso Portucale envolve o ex-tesoureiro do CDS-PP Abel Pinheiro, que segundo a acusação usou a sua influência para conseguir a autorização do governo PSD/CDS-PP para o abate de sobreiros, essencial para viabilizar um empreendimento turístico na herdade da Vagem Fresca, em Benavente.

Na investigação deste processo, nomeadamente na escuta às conversas entre Abel Pinheiro e Paulo Portas, surgiram as suspeitas que levaram à abertura do processo sobre a compra de dois submarinos. A partir deste processo surgiu o terceiro, sobre as contrapartidas no negócio da compra dos submarinos.

No caso da aquisição dos submarinos, os investigadores suspeitam que os representantes do Estado português favoreceram o consórcio alemão, tendo ganho por isso “vantagens patrimoniais relevantes”. Segundo o jornal, o Ministério Público tenta seguir o rasto de 30 milhões de euros que terão servido para financiamento partidário ao CDS-PP.

A partir do processo relativo à aquisição dos submarinos foi constituído um novo processo, sobre as contrapartidas envolvidas no negócio e em que, segundo o Ministério Público, o Estado foi lesado em 34 milhões de euros.

No caso dos submarinos, desapareceram um conjunto de documentos do Governo sobre o financiamento da aquisição dos dois submarinos alemães, nomeadamente uma carta do consórcio bancário BES/Crédit Suisse First Boston enviada a Paulo Portas, então ministro da Defesa.

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