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Mujica: O Podemos é um “grito de alerta no mundo contemporâneo"

O presidente do Uruguai considera que o sistema político está “bastante doente”, tendo perdido a credibilidade. Para o ex-guerrilheiro tupamaro, o Podemos constitui uma esperança para todos aqueles e aquelas que deixaram de acreditar em quem os governa.
Foto de Embajada de Estados Unidos en Uruguay.

Numa entrevista concedida ao Público espanhol, José “Pepe” Mujica afirmou que estão a ser impostos “usos e costumes que são mais próprios da monarquia do que da república”. “Os governantes vivem como a minoria privilegiada e não como vive a maioria da sociedade. E criam uma distância com a maioria das pessoas, que acaba por deixar de acreditar. E isto é a pior doença que pode ter uma sociedade: não acreditar”, salientou.

“Porque na vida há que acreditar em algo. Os seres humanos são os 'bichos' mais utópicos que a natureza inventou”, sublinhou o ex-guerrilheiro tupamaro, avançando que, se as pessoas têm “um governo em que não acreditam, e uma classe política em que não acreditam”, apenas sobra o niilismo.

Segundo Mujica, “nunca tivemos tanta riqueza como temos hoje, nunca tivemos tantos meios, nunca tivemos tantos instrumentos como temos hoje, e, ainda assim, estamos infelizes”, o que constitui um “paradoxo”.

Neste contexto, o Podemos é um “grito de alerta no mundo contemporâneo", sendo que o movimento traz esperança a quem deixou de acreditar.

Para o presidente do Uruguai, a verdadeira bandeira da formação liderada por Pablo Iglesias “é o que deveria ser quotidiano: a honradez, não ser corrupto, a retidão”.

“Isso teria de ser o normal numa sociedade, não deveria ser uma bandeira política. Mas quando se transforma numa bandeira de carácter decisivo, é porque a sociedade está doente. É algo que sobressai, e sobressai porque dá a transparecer que o sistema político está bastante doente. Perdeu uma credibilidade enorme perante as pessoas”, reforçou o presidente do Uruguai.

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