Greve de 24h: CP apenas com serviços mínimos

25 de março 2011 - 11:12

A adesão à greve é de 100%. Sindicato afirma que a CP dificultou aos trabalhadores o cumprimento dos serviços mínimos. Às 0h todos os comboios estavam suprimidos.

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Os trabalhadores da CP cumprem esta sexta-feira uma greve de 24 horas, a segunda em três dias. Foto Paulete Matos.

A greve no sector ferroviário (CP, Refer e CP Carga), durante a madrugada e que se prolonga até à meia-noite deste sábado, está a afectar os serviços mínimos obrigatórios. A informação foi avançada, esta manhã, à TSF pela directora de comunicação da CP, Ana Portela, que indicou que circularam menos três comboios regionais do que estava previsto.

"Estão a circular apenas os comboios dos serviços mínimos. Os trabalhadores estão a aderir a 100 por cento à greve. Noventa por cento das bilheteiras estão encerradas", disse Luís Bravo, presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante. O sindicalista disse ainda "desconhecer" que três comboios destinados aos serviços mínimos não tenham circulado, como anunciou a empresa.

Segundo Luís Bravo, "a CP tudo fez para que os trabalhadores não cumprissem com os serviços mínimos, pois colocou-os sempre a começar fora da sua sede de trabalho".

"Os que pertencem ao Rossio foram colocados a começar os serviços mínimos em Alverca, outros em Sintra, outras na Castanheira do Ribatejo (Vila Franca de Xira)", garantiu. "Na regional puseram os do Entroncamento a começar em Lisboa e os do Porto na Régua. E não foram criadas condições para que os trabalhadores fossem para esses locais. Se houve algum que não conseguiu, foi por manifesta intenção da CP em criar essa condição", acrescentou. 

Habitualmente circulam diariamente cerca de 1700 comboios. A greve de 24 horas levou a CP a decretar 25 por cento dos serviços mínimos, o que corresponde a 425 comboios em todo o país.

Na noite desta quinta-feira, início da greve, o Sindicato disse que todos os comboios estavam suprimidos, prevendo que voltariam a circular na manhã de sexta-feira “apenas os dos serviços mínimos”.

O sindicalista adiantou ainda que a estrutura que preside “não está contra os cortes salariais”, até porque “estes trabalhadores ganham todos menos de 1.500 euros”, logo não são abrangidos por esta medida.

“Os trabalhadores estão contra os cortes nas cláusulas pecuniárias da empresa”, como a remuneração das horas extraordinárias e nocturnas e o trabalho em dias de descanso e de feriado, esclareceu.

Os trabalhadores da CP cumprem esta sexta-feira uma greve de 24 horas, a segunda em três dias. A esta greve dos funcionários da CP sobrepõem-se a dos maquinistas que estão em paralisação às horas extraordinárias desde 17 de Fevereiro e que, por dia, afectam 10 por cento da circulação, o que se traduz em cerca de 200 comboios.

A greve dos trabalhadores das empresas ferroviárias encerra uma semana de paralisações no sector dos transportes, em que pararam os maquinistas da CP, os trabalhadores da Transtejo e da Soflusa (ambos na quarta-feira) e os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (quinta-feira).