A propósito da intenção governamental de privatizar a transportadora aérea portuguesa, o deputado do Bloco de Esquerda Heitor de Sousa perguntou ao governo “quais os estudos que permitem ao governo sustentara a privatização da TAP”, “qual a parte da empresa que será privatizada”, “quais os prazos e condições” privatização, se o Estado se compromete a “garantir os postos de trabalho” e “quais os impactos” na evolução do défice público.
Na resposta, divulgada nesta segunda feira pelo jornal “I”, o governo, através do Ministério das Obras Públicas, diz que é urgente privatizar a empresa não por causa do défice, porque não sabe quanto o Estado poderá encaixar com a venda, mas porque é urgente recapitalizar a empresa, antes que surja uma nova crise. Segundo o documento do governo “a recapitalização do grupo TAP é uma necessidade urgente e sem ela a empresa encontra-se numa situação fragilizada, correndo riscos de, em face de uma nova crise de mercado ou de aumento dos preços dos combustíveis, a empresa ser arrastada para uma situação de ruptura financeira e de impossibilidade de, por si só, solver compromissos”.
Heitor de Sousa, em declarações à TSF, contesta a resposta do ministério, considerando que a TAP não é uma frágil e “demonstra uma grande vitalidade e capacidade de resposta às situações de crise como demonstrou nos últimos três anos”. O deputado bloquista frisa que “fazer uma operação de privatização nestas circunstâncias é vender ao desbarato a empresa e é um grave erro económico, porque vai sair no futuro muito mais caro ao Estado assegurar algumas linhas de transporte estratégicas para Portugal”.
Leia artigos anteriores no esquerda.net:
Privatizações: Bloco pede contas ao governo
Novas privatizações são erro estratégico e grotesco, diz Louçã
Governo quer privatizar a TAP