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Estivadores defendem nacionalização do setor

O presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano, afirmou que “a nacionalização do setor portuário pode ser uma solução para os conflitos laborais", e acrescentou que “desde o início da greve não houve qualquer contacto com o governo”.

O responsável do sindicato afirmou que a nacionalização acabaria com "interesses económicos que já não são portugueses e que querem aumentar em dezenas e centenas de milhares os seus lucros à conta do esmagamento das condições salariais dos trabalhadores".

"É um setor que dá bastante lucro, que fatura milhões e com pagamentos garantidos e se fosse público haveria mais receitas para o Estado e para a cidade (Lisboa) e deixávamos de ter aqui o Estado de Singapura ou as empresas da Turquia a tirarem dividendos anualmente", disse à Lusa, António Mariano.

À espera de respostas do governo

O sindicalista adiantou ainda que até ao momento “não houve qualquer contacto com o governo”.

“Ouvimos a ministra (do Mar). Há ali alguma pressão perante as empresas relativamente à possibilidade de  retirar a concessão se não resolverem isto. Mas vamos aguardar os próximos dias a ver se há desenvolvimentos”, avançou.

Refira-se que desde as primeiras horas da manhã, um piquete de greve encontra-se junto aos portões do terminal da Sotagus, em Xabregas, na zona oriental de Lisboa onde estão vários elementos da polícia mas não há registo de incidentes.

Recorde-se que a última fase dos períodos de greve, que começou há três anos e meio, arrancou a 20 de abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, ou seja, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.

A paralisação tem sido prolongada através de sucessivos pré-avisos devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários em relação ao novo contrato coletivo de trabalho e, de acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 de Junho.

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