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Carnaval de Torres faz protesto em São Bento

Foliões foram dizer a Passos Coelho que "quem não sabe rir, não sabe gerir” e que vão continuar a preservar o Carnaval que existe há 94 anos, uma tradição de quem não quer que o país fique mumificado.
O cão embalsamado deixou um recado: “É neste estado sinistro, nesta figura espectral que o nosso primeiro ministro irá deixar Portugal”. Foto de JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

Cerca de 150 foliões do carnaval de Torres Vedras foram a Lisboa dizer ao primeiro-ministro que "quem não sabe rir, não sabe gerir”, criticando a decisão de não dar tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval.

Uma delegação acabou por entrar no Palácio de São Bento para entregar um convite a Passos Coelho para participar no Carnaval da cidade. Deixaram também produtos regionais de Torres Vedras e cerca de nove mil cartas de crianças da região.

Não houve, porém, autorização para deixar um busto de Passos Coelho. “O busto foi muito pensado, tirámos as coisas suscetíveis de ofender, mas não nos deixaram entregar”, lamentou à Lusa António Miranda, da Real Confraria do Carnaval de Torres Vedras.

Carlos Miguel, presidente da câmara, notou que a missão da ‘embaixada’ era “contagiar o senhor primeiro-ministro para aquilo que é humor, alegria" e mostrar quanto gera na economia regional.

“Pode ser que no próximo ano o senhor primeiro-ministro reconsidere” afirmou Carlos Miguel, que recordou que Torres Vedras conta com 94 anos de carnaval organizado.

“Praticamente os únicos que não têm a terça-feira de carnaval é a função pública, onde se produz serviços. Isso é pouco equilibrado, pouco justo e só tem prejuízos”, considerou o autarca.

Ricardo, o 'rei' do Carnaval lamentou: “Estamos a tentar lutar pelas nossas tradições. O carnaval sempre durou cinco dias e vai continuar”, disse.

Junto ao busto de Pedro Passos Coelho foi colocado um pequeno cão embalsamado com um recado: “é neste estado sinistro, nesta figura espectral que o nosso primeiro ministro irá deixar Portugal”.

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