Passos Coelho quer privatizar CGD e RTP

05 de maio 2008 - 12:19
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Pedro Passos CoelhoEm entrevista ao jornal Correio da Manhã de Domingo, Pedro Passos Coelho defende mais privatizações, nomeadamente a da Caixa Geral de Depósitos e do canal 1 da RTP. O candidato à liderança do PSD manifesta-se a favor de maior "flexibilidade" na legislação laboral e avalia simpaticamente a ministra da Educação. Perante a pergunta "repugna-lhe a ideia dos casamentos homossexuais?", diz que "não tem uma posição fechada", que não defende essa ideia, nem sabe "qual a solução legal".

Numa longa entrevista dada ao jornal Correio da Manhã de Domingo, Pedro Passos Coelho, candidato a presidente do PSD, diz que "o Estado se deve retirar mais rapidamente da economia do que o tem feito". Assim, considera que o Estado "deve retirar as suas participações de muitas empresas", defende a privatização da Caixa Geral de Depósitos e pelo menos do canal 1 da RTP, deixando "em aberto" a possibilidade do Estado ter um segundo canal, mas sublinhando que o "Estado não tem de ter uma televisão nos mesmos moldes dos operadores privados".

P. P. Coelho afirma-se também um "grande defensor" das parcerias público privadas e considera que o "Estado deve criar um clima de concorrência e competição com os privados" na Saúde, na Segurança Social e na Educação.

Em relação à política de Educação do actual governo, P. P. Coelho diz, numa avaliação simpática, que "houve uma intenção, que é de saudar, de criar uma maior qualidade no ensino" que a ministra de "forma muito voluntariosa" tentou impulsionar. P. P. Coelho considera, no entanto, que os resultados "ficam muito aquém" e que o modelo de avaliação "acabou por representar um retrocesso, pelo menos este ano, relativamente àquilo que era intenção inicial do governo", numa crítica velada ao recuo que o governo fez, assinando o memorando com os sindicatos.

Em relação à legislação laboral, considera que é demasiado rígida, defendendo "maior flexibilidade e uma maior flexibilização e descentralização da negociação laboral". Em relação às propostas do governo de alteração ao Código de Trabalho diz que "traz alguns aspectos positivos" sem afirmar quais, mas não deixando qualquer equívoco de apoia a simplificação e liberalização dos despedimentos, mas discorda de limitações aos falsos recibos verdes ou aos contratos a prazo. Para P. P. Coelho "não podemos penalizar soluções que o mercado" arranjou para "contornar" a, pretensa, rigidez da legislação laboral.

P. P. Coelho, que se apresenta como liberal na economia, diz que não é um "conservador social". Assim, não lhe "repugna" os "casamentos homossexuais", mas também não os defende, afirmando:

"Não sei qual é a solução legal mas não tenho nenhum preconceito..."