Constâncio foi mal agradecido para o PS no caso BPN, diz Louçã

11 de julho 2009 - 2:51
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Francisco Louçã esteve em Viseu no comício de arranque da campanha de Verão. Foto Paulete MatosFrancisco Louçã declarou que no caso BPN "a supervisão fechou os olhos, não quis saber e não quis que se soubesse" e que "apesar de tudo isso, Vítor Constâncio, contente por ter sido ilibado, aparece agora mal agradecido a dizer que o Parlamento cuja maioria o protegeu nem sequer devia ter feito a investigação que fez". Louçã exortou ainda o governo a cobrar as garantias para não ter que despender 450 milhões de euros para viabilizar o Banco Privado Português (BPP).

Veja o dossier caso BPN e as fotos do comício do Bloco em Viseu.

Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, declarou em conferência de imprensa nesta Sexta feira que houve "exagero e empenho na tentativa de demolir" o Banco de Portugal e considerou que "responsáveis políticos de todos os partidos políticos" fomentaram ou permitiram "que o Banco de Portugal tenha sido usado como instrumento de combate político".

"Se não fosse o Parlamento, por uma vez, a fazer um investigação sobre um banco em que os administradores entravam pela porta dentro com sacos abertos para os encher de dinheiro e saiam porta fora, nada se saberia de um dos maiores escândalos financeiros da história portuguesa", defendeu o deputado bloquista.

Para Louçã, Vítor Constâncio não queria que se soubesse o que se passava, "porque ele conhecia Oliveira e Costa", que considerava "tão boa pessoa, tão altamente recomendando, ele que tinha sido secretário de Estado do Governo do professor Cavaco Silva". "E se lhe perguntamos porque é que não viu nada, vem depois, como hoje, dizer ‘não se devia ter olhado'", acrescentou Louçã.

Todos os partidos da oposição criticaram Constâncio. Até o deputado Ricardo Rodrigues, falando em nome do PS, disse sobre as declarações de Constâncio: 

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“As opiniões em Portugal são livres. Não levamos para o capítulo da falta de respeito ou da insolência”, considerando que a “Assembleia da República é soberana na análise que faz e na decisão da comissão de inquérito”.

No jantar/comício que juntou mais de 200 pessoas em Viseu, Francisco Louçã lembrou que a maioria absoluta que chumbou a transparência nas remunerações dos administradores foi a mesma que agora aprovou o trabalho domiciliário para jovens de 14 e 15 anos. "É assim que se faz a lei e é por isso que é preciso uma esquerda que luta pela dignidade dos trabalhadores. E essa esquerda é ainda mais precisa numa altura em que a recessão, o desemprego e a crise económica se agravam", defendeu Louçã no comício de arranque da campanha de Verão do Bloco, acrescentando que "quem manda neste país está a destruí-lo e quem manda na economia está a roubá-la".

A candidata bloquista à Câmara de Viseu também interveio no comício para apresentar alguns dos eixos do programa para a cidade. "O ordenamento, a participação cidadã, a mobilidade e o combate à suburbanização da cidade" são algumas das preocupações da candidatura de Maria da Graça Pinto, que fará uma campanha com propostas noutras áreas como "o repovoamento do centro histórico, atraindo os jovens e investindo na requalificação" ou "a aposta na qualidade de vida sustentável, com o aumento do pulmão verde de Viseu".

 

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