Maria Luísa Cabral

Maria Luísa Cabral

Bibliotecária aposentada. Activista do Bloco de Esquerda. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990

Em nome da democracia, a rádio e televisão escancaram os seus espaços à mais vil tentativa de inverter a ordem democrática. É isto tolerável?

Às vezes não se é feliz nos termos escolhidos para um texto, mas o teor do mesmo pode dissipar dúvidas. O problema só existe se em vez de dissipar, sublinhar.

Os arquivos são instituições insubstituíveis. O reconhecimento da sua importância e responsabilidade tem de ser garantido, não podemos ignorar a história.

Vemos e ouvimos muitas declarações, muitas intenções. Quem não tem tecto vai esgotando a paciência. Avançar com medidas de emergência, uma solução de pós catástrofe é a única alternativa.

As leis dos homens falharam, a desumanidade dita a sua lei. Vemos, vimos… calamos?! Não podemos ignorar.

Sem nenhuma espécie de aviso, sofremos um severo choque a 28 de Abril. Frágeis e sozinhos, provação desta dispensamos que se repita.

Fomos enumerando linhas vermelhas, a pressão dos dias atropelou-nos e nós pisámos as linhas vermelhas. Desta vez, a linha vermelha tem de ser entendida como intransponível.

Não fica bem assacar culpas aos outros pelos seus próprios desaires. É pouco decente, nada ético. E na falta destes princípios, o melhor mesmo é sair da frente. Veja-se o caso do primeiro-ministro quando se vitimiza e não assume a responsabilidade da sua própria conduta.

Para a direita, um princípio estar ou não inscrito na Constituição de 1976, a que nos rege, é indiferente. Para a direita até é desafiante testar a firmeza do que nela está escrito. A direita ri-se assim dos portugueses e vai medindo forças.

O SNS desceu a níveis impensáveis quer o comparemos com a vontade expressa pelos seus pais fundadores quer com os padrões que deveria apresentar como pilar do Estado Social. O que hoje temos é uma caricatura do que sonhámos, com a direita a solidificar as suas posições.