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Trabalhadores da Groundforce marcham contra a precariedade

Os trabalhadores da Groundforce paralisaram entre as 9 e as 14 horas e fizeram "Marcha dos Recibos" para protestarem contra a precariedade e lutarem por aumentos salariais e em defesa do horário de trabalho.
Marcha dos trabalhadores da Groundforce contra a precariedade, por aumentos salariais e em defesa do horário de trabalho – Foto de António Cotrim/Lusa

Os trabalhadores da Groundforce acusam a empresa de uso e abuso de horários penalizadores para quem trabalha, utilização abusiva e ilegal das trocas de horário, proliferação da precariedade, com centenas de trabalhadores temporários e falsos prestadores de serviços. Reivindicam ainda aumento salarial, uma vez que não têm qualquer atualização salarial desde 2008.

Os trabalhadores fizeram uma greve de 5 horas (entre as 9 e as 14 horas), nesta sexta-feira 31 de julho, concentraram-se junto ao aeroporto e depois marcharam para junto do edifício da administração da TAP. A TAP detém 49,% do capital da Groundforce, sendo a parte restante do grupo Urbanos. Na marcha participou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

"Não se pode aceitar que o aeroporto de Lisboa seja um antro de precariedade"

"Estamos aqui com uma luta dos trabalhadores [da Groundforce] que estão a combater a precariedade de que são vítimas, mas também para exigir a melhoria dos salários", afirmou Arménio Carlos, ressaltando que "não se pode aceitar que o aeroporto de Lisboa seja um antro de precariedade".

"O que verificamos é que, neste momento, há um número significativo de trabalhadores com vínculos precários a ocupar postos de trabalho de efetivos. Os trabalhadores da Groundforce têm ainda salários muito baixos [ na ordem dos 550 a 600 euros] e muitos deles não são aumentados há anos", sublinhou o secretário-geral da CGTP, segundo a agência Lusa.

Arménio Carlos apontou que a CGTP exige "não só a melhoria dos salários, mas também o respeito pelos horários de trabalho e passagem dos trabalhadores com vínculo precário ao quadro de efetivos, desde que se prove que estão a ocupar postos de trabalho permanentes".

O líder da CGTP denunciou que "há uma linha de pressão sobre os direitos dos trabalhadores que põe não só em causa os seus direitos como os empurra para um crescente empobrecimento" e salientou: "Nós precisamos de combater as desigualdades e elas estão aqui expostas. Ao mesmo tempo, a empresa procura fugir à negociação dos salários, mas atribui aumentos muito significativos aos vencimentos dos seus gestores. É isto que não pode continuar a acontecer"!

Não se estão a criar mais empregos efetivos”

Armeńio Carlos realçou também que "ao contrário do que o Governo diz e que se pode constatar nesta empresa é que não se estão a criar mais empregos efetivos" e lembrou que "os trabalhadores da Groundforce estão a prestar uma atividade profissional que deveria ser reconhecida e valorizada com salários superiores aos que estão a ser implementados".

O líder da CGTP destacou que "em Portugal, entre outubro de 2013 e junho de 2015, 84% dos empregos criados eram precários e com uma média salarial de 564 euros, o que tem a ver com o modelo de desenvolvimento assente em baixos salários, com o qual discordamos”.

Segundo a Lusa, Arménio Carlos criticou ainda a proposta de plafonamento na Segurança Social de PSD/CDS e o corte de pensões defendido pelo Governo e recordou que um modelo de desenvolvimento assente na criação de trabalho precário e baixos salários "não permite ao país crescer".

Fernando Henriques, dirigente sindical do SITAVA - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, disse à comunicação social que a adesão à greve da Groundforce foi de 60%, o que é "uma percentagem bastante aceitável" numa empresa com tanta precariedade. A Groundforce emprega 1.200 trabalhadores efetivos e 800 com vínculo precário, prevendo os sindicalistas que a luta venha a ser estendida proximamente a outros aeroportos, como o do Porto.

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