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Tabela de cortes salariais é regressiva

STE denuncia o que chama de 'anomalias da anormalidade' e diz que o governo foi ver onde é que havia mais trabalhadores, nos níveis acima de 1500,00 euros, e construiu a tabela em função disso.
Bettencourt Picanço, do STE

Ao analisar a tabela de cortes salariais dos trabalhadores da administração pública, o Sindicato dos Técnicos do Estado verificou que as percentagens de corte crescem de forma regressiva e não proporcional.

Com efeito, o corte de salários, que parte dos 3,5% para os salários de 1.500 euros ilíquidos e atinge os 10% nos salários de 4.200 euros, vai crescendo menos quanto mais altos são os salários. Os salários de 2.000 euros têm um corte de 3,5% e os de 2.500 euros já têm um corte de 6% (diferencial de 2,5%), mas os salários de 3.000 têm um corte de 7,67% (diferencial de 1,67%), os de 3.500 euros têm um corte de 8,86% (diferencial de 1,19%), e os de 4.000 um corte de 9,75% (diferencial de 0,89%). O corte de 10% é para os salários de 4.200 euros e fica estável a partir daí, sendo que, lembra o STE, a tabela acaba em 6.350 euros.

“Qual foi então o critério para a construção de uma tabela regressiva primeiro e constante a partir dos 4200,00 euros?”, questiona o sindicato.

No entender do STE, o governo foi ver onde é que havia mais trabalhadores, nos níveis remuneratórios acima de 1500,00 euros e, obviamente, construiu uma tabela para apanhar os maiores grupos situados entre 1550,00 euros (22º posição da tabela) e 2500,00 euros (41º posição).

“É bom que todos percebam bem o que está em causa e como estas questões, aparentemente simples, também terão as suas razões escondidas”, conclui o comunicado do STE.

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