Suécia reconhece oficialmente Palestina como Estado independente

30 de outubro 2014 - 17:55

Após eleição, o novo primeiro-ministro da Suécia tinha anunciado o reconhecimento; palestinianos comemoraram decisão do governo sueco.

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Governo da Suécia reconhece a Palestina como Estado independente e a sua ministra dos Negócios Estrangeiros afirmou: “Há aqueles que vão argumentar que a decisão de hoje é prematura. Se muito, temo que seja muito atrasada”.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Margot Wallström, anunciou nesta quinta-feira (30/10) que o país vai reconhecer oficialmente hoje a Palestina como Estado independente. Em artigo, a ministra explicou que o objetivo do reconhecimento é “contribuir para um futuro em que Israel e Palestina vivam lado a lado em coexistência pacífica”.

O primeiro-ministro do país, Stefan Löfven, afirmou logo após ser eleito, no começo do mês, que a Suécia ia reconhecer o Estado. A oposição de esquerda representada por Löfven venceu eleições legislativas em meados de setembro passado, no meio de um aumento de votos para a extrema-direita no país.

Dentro da União Europeia, alguns países como Hungria, Polónia e Eslováquia também reconhecem a Palestina, mas todos haviam decidido isso antes de passarem a fazer parte do bloco, em 2004. Assim, a Suécia passa a ser o primeiro dos membros antigos do bloco a mudar a forma de tratamento para com a região.

“A nossa decisão vem numa hora crítica. No último ano, nós vimos como as conversas de paz emperraram novamente, como novas decisões de colonatos na Palestina ocupada dificultaram a solução de dois Estados e como a violência retornou a Gaza. O reconhecimento de hoje é uma contribuição para um futuro melhor para uma região que já há tempo demais tem sido marcada por negociações congeladas, destruição e frustração”, afirmou a ministra no artigo de hoje.

“Há aqueles que vão argumentar que a decisão de hoje é prematura. Se muito, temo que seja muito atrasada. O governo irá agora, juntamente com outros países da União Europeia, os Estados Unidos e outros atores regionais e internacionais, trabalhar para apoiar negociações renovadas num acordo de status final [para a Palestina].”

A decisão foi recebida com comemoração no território palestiniano.

"Apreciamos este passo e consideramos que é uma importante notícia que encoraja outros países a abordar o mesmo enfoque. Esta é a única maneira de apostar numa paz séria na região", declarou à Agência Efe um dos líderes da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Abed Rabbo.

Yasser, assessor do presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, disse que, “se o mundo não der passos valentes e reconhecer a Palestina, a coligação de extrema direita em Israel continuará a sua política de solapar a possibilidade de um Estado palestiniano mediante diferentes pretextos e desculpas”.