Síria: al-Assad esmaga protestos

01 de agosto 2011 - 2:07

Na véspera de Ramadão, os tanques entraram na cidade de Hama para acabar com as barricadas que os opositores ao regime sírio levantaram no último mês. As organizações humanitárias falam em 136 mortos só este domingo em várias cidades da Síria.

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Só em Hama terão sido mortas mais de cem pessoas, mas em Deir el Zor e Herak também houve repressão violenta.

"Eles começaram a disparar com armamento pesado contra civis e os jovens atrás das barricadas", disse Omal Habal, um activista local citado pelo Guardian. Só em Hama terão sido mortas mais de cem pessoas, mas em Deir el Zor e Herak também houve repressão violenta. O site do jornal inglês diz ainda que a operação militar contou com exército, polícia e autocarros cheios de combatentes da milícia Shabiha (Fantasma), da minoria alauita a que pertence a família Assad.



A France Presse também falou com testemunhas que disseram que a electricidade e a água tinham sido cortados pelo exército, e que os tanques e carros de combate disparavam indiscriminadamente. As agências de notícias confirmaram também que as tropas prenderam Nawaf al-Bashir, líder da tribo Baqqara que se tem destacado na oposição ao regime de Bashar al-Assad. Horas antes da detenção, Bashir tinha declarado que iria terminar com a resposta armada e apelar ao povo para que use métodos pacíficos de protesto.



Desde que o regime de al-Assad começou a reprimir as manifestações surgidas na sequência das revoluções árabes, os jornalistas independentes foram sendo expulsos e impedidos de entrar na Síria. O grupo activista Avaaz calcula que nos últimos meses o governo já tenha causado a morte de 1634 pessoas, contando igualmente 3000 desaparecidas e 26 mil torturadas.