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Rostos da Convenção

A Convenção do Bloco de Esquerda é feita por homens e mulheres, jovens e menos jovens, vindos de Norte a Sul do país e dos arquipélagos, com experiências políticas e opiniões variadas. O Esquerda.net andou pela convenção a fazer perguntas e a tirar fotografias. (Atualizado em 12/11 às 14h)

Nome: Gui Castro Felga

Idade: 30 anos

Profissão: Arquiteta

Localidade: Porto

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Em 1999. Motivou-me o facto de serem pessoas das mais diversas esquerdas desorganizadas numa tentativa unitária de fazer força e de juntar forças.

Que tipo de militância faz? Vou ajudando na organização de ações públicas em tudo o que sejam tentativas unitárias de todas as esquerdas, apartidários e de todas as pessoas que se queiram opor às políticas de austeridade. Para além disso, estou também nas lutas dos arquitetos dentro da organização que os pseudo representa – a ordem dos arquitetos.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Estou a apoiar a moção B.

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? A Convenção é sempre um dos poucos espaços em que grande parte dos aderentes se podem encontrar. Está cá hoje muita gente e eu espero que isso crie sinergias de trabalho porque é quando as pessoas se encontram que se perdem sectarismos. Espero que este encontro crie sinergias para o futuro, seja nas estruturas ou fora delas, de forma a que as pessoas possam trabalhar mais e melhor.

Por outro lado, e já que eu estou a apoiar a moção minoritária, espero que essa divisão entre maioritária e minoritária não crie um fosso entre as pessoas, ou seja, que isso seja uma adição à maioria e não uma divisão de grupos. Por fim, conto que se elejam boas estruturas representativas, com junção de gente de todo o lado e o mais plural possível.

Nome: Miguel Heleno

Idade: 25 anos

Profissão: Bolseiro de investigação

Localidade: Porto

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que o motivou? Aderi ao Bloco há cerca de 2 anos. Já era ativista estudantil, depois fiz o caminho natural: comecei a participar nas reuniões do Bloco e passado cerca de 1 ou 2 anos depois, aderi.

Que tipo de militância faz? Atualmente ainda faço alguma militância estudantil, apesar de muito pouca, já que neste momento o meu foco de militância se concentra na luta contra a precariedade.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A.

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Espero que esta Convenção seja um ponto de análise da democracia e um ponto de debate interno do partido. Um debate que seja de alguma elevação e que possa ser capaz de lançar as bases para que o Bloco saia daqui reforçado para que, no futuro, possa também ajudar à formação de um Governo de esquerda. Acho que esse é também um objetivo desta Convenção: que num futuro próximo seja mais fácil de ajudar a derrotar este Governo e a troika e num futuro não assim tão próximo, mas que também se tem de trabalhar para isso, se forme um Governo de esquerda como alternativa às atuais políticas.

Nome: Nelson Peralta

Idade: 31 anos

Profissão: Assessor parlamentar

Localidade: Aveiro

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que o motivou? Aderi ao Bloco em 1999 e fi-lo porque a criação deste partido foi uma lufada de ar fresco no panorama político português. Tratou-se de uma esquerda nova que aglomerava todas as esquerdas que existiam e todos aqueles que não se reviam em nenhuma das esquerdas da altura. Tratou-se de uma esquerda que queria romper. Tratou-se de uma esquerda que queria recompor todo o mapa político português.

Que tipo de militância faz? Faço-a todos os dias. Não apenas através das minhas competências profissionais enquanto assessor no parlamento português, mas também no meu núcleo de militância [Aveiro] com todo o tipo de ativismo e em todas as questões. Seja na Assembleia Municipal, seja na luta principal contra as políticas deste governo, seja a rejeitar este Orçamento de Estado, ou ainda a participar nas manifestações e a lutar para que estas sejam cada vez maiores.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? O país está numa encruzilhada e temos de descobrir um caminho. Eles dizem que não há alternativa. O que nós dizemos é que recusamos que nos digam que não ter futuro é a alternativa quando a única inevitabilidade é as pessoas terem futuro, é as pessoas terem dignidade, é as pessoas terem direitos, e é as pessoas terem o mínimo e o máximo do que a vida lhes pode dar. Temos uma esquerda forte, uma esquerda para transformar, uma esquerda para ter o poder para transformar a sociedade. Estamos a dar um passo para ter um Governo de esquerda com um programa bastante vincado e com todos aqueles e aquelas que quiserem romper com o governo da troika para construir uma solução nova que rompa com o passado, uma solução que rompa com os agiotas e com a ditadura da dívida.

Nome: Maria do Carmo Bernardo

Idade: 72 anos

Localidade: Oeiras

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Estou no Bloco desde o início. Eu já pertencia a uma das correntes fundadoras e, por isso, com a junção das várias correntes num partido único – o Bloco de Esquerda – aderi porque considerei que era bom que a Esquerda se unisse. É importante dizer aqui que, neste momento, não pertenço a nenhuma corrente e que o Bloco deveria ser visto como um todo, e foi precisamente por isso mesmo que aderi à Moção B, para defender essa atitude.

Que tipo de militância faz? Já pertenci à coordenadora do Bloco de Oeiras e neste momento faço tudo aquilo que é preciso e necessário fazer.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção B

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Tenho uma boa expectativa. Acho, e espero, que tudo aquilo pelo qual eu tenho lutado sempre, que é a união da esquerda para um Governo que derrube a Troika. É esta a minha expectativa e o meu desejo.

Nome: Mário Moniz

Idade: 57 anos

Profissão: Empregado bancário

Localidade: Horta, ilha do Faial, Açores

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Eu venho de uma das correntes que deu origem à criação do Bloco de Esquerda. Quando o partido foi criado, em 1999, eu não aderi logo, muito embora sempre tenha estado por perto. Mas pouco tempo depois a formalização foi inevitável, não podia estar mais tempo sem uma militância ativa. E foi mais ou menos por altura de umas eleições regionais que a Zuraida me fez o desafio. Eu aceitei. A partir de então tenho mantido uma militância constante que vai muito para além da Assembleia Regional.

Que tipo de militância faz? Atualmente faço parte do secretariado da ilha do Faial e da comissão coordenadora regional, para além de toda a militância ativa junto da população, entidades, associações, sindicatos, etc.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? As minhas expectativas, quer para a presente Convenção, quer para o futuro do partido, vêm no seguimento da justiça das nossas propostas e daquilo que temos defendido, não apenas para Portugal, como também para a Europa. Espero, portanto, um aprofundar dessas propostas e conseguir novas formas de passar a nossa mensagem, a nossa linha política e o que queremos para o país. Numa altura em que os discursos populistas tanto estão na ordem do dia, torna-se por vezes complicado captar atenções para as nossas propostas. É por isso de grande relevância descobrir novas formas de chegar e comunicar com todos e a todas as cidadãs.

Nome: Mariana Nogueira

Idade: 33 anos

Profissão: Profissional de seguros

Localidade: Vila Franca de Xira

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Como aderente estou no Bloco há 3 ou 4 anos, mas simpatizante sou desde o início. No fundo, quando formalmente aderi ao partido, foi apenas um ato de formalização de tudo aquilo que eu já fazia e da participação que tinha nas atividades do Bloco.

Que tipo de militância faz? Estou na coordenadora da concelhia de Vila Franca e é nessa concelhia que essencialmente desenvolvo a minha militância. Em suma, colaboro na coordenação das ações do partido no concelho, bem como apoio os autarcas.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção B

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? É importante debater ideias e continuar a manter viva a partilha e a discussão saudável de diferentes opiniões, assim como a militância no Bloco para todos e para todas.

Espero que a partir desta Convenção se continuem e se voltem a entusiasmar os aderentes para voltarem à militância. E espero igualmente que a partir de agora se desenhe uma nova fase e que se volte a entusiasmar as pessoas. Os movimentos estão aí e é fácil chegar a essas pessoas. Há tanta causa e tanta coisa que os preocupa…

Nome: Francisco Silva

Idade: 30 anos

Profissão: Gestor de redes sociais

Localidade: Oeiras

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Há cerca de 12 anos. Motivou-me a vontade de fazer alguma coisa por este país.

Que tipo de militância faz? Faço a militância que o meu tempo permite. Estou disponível para fazer tudo o que diga respeito a organização, colagem de cartazes, distribuições panfletos, etc.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Acho que esta Convenção é bastante esclarecedora e que finalmente um certo núcleo do Bloco se assume. Isso é extremamente importante e clarifica um pouco as posições.

Nome: Ana Natacha

Idade: 27 anos

Profissão: Estudante

Localidade: Lagos

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Desde 2005. Entrei para o Bloco na altura que estava a estudar em Coimbra, na primeira licenciatura que fiz. Comecei a trabalhar em conjunto com pessoas que já faziam parte do partido, nomeadamente no trabalho realizado para a lista da associação de estudantes. Depois comecei a ir às reuniões do Bloco e uma coisa foi levando à outra.

Que tipo de militância faz? Estava a fazer militância autárquica até há bem pouco tempo mas, como agora voltei para a faculdade, os largos quilómetros que me separam de Lagos só me tem permitido manter esse trabalho via e-mail. Vou tentando manter a militância da melhor forma possível.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Estou pela A e apoio esta moção muito pelo motivo de representar a inovação de partilhar a representação do Bloco. Considero importante continuarmos a ter alguém com uma experiência política muito grande, como é o caso do João Semedo, e igualmente importante e com grande força, toda a vivacidade toda da juventude, representada pela Catarina Martins. Agrada-me a ideia de continuarmos a ter boas alternativas dentro do grupo.

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Acho que vai ser uma Convenção muito positiva por ter pluralidade de moções.

Espero que o Bloco continue a crescer e que abrace sempre novas ideias, sempre com a possibilidade de haver espaço para todas as ideias e lutas.

Nome: Egídio Fernandes

Idade: 25 anos

Profissão: Estudante-Trabalhador

Localidade: Funchal, Madeira

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que o motivou? Aderi ao Bloco há 4 anos. Na altura era, e continua a ser, o partido com a orientação política que versa as ideologias que eu considero válidas. Esse foi o motivo que esteve na base da minha adesão.

Que tipo de militância faz? Tenho uma militância ativa. Atualmente coordeno os jovens no Bloco de Esquerda Madeira e, para além disso, faço parte da coordenadora regional. Para além disso, trabalho ainda na divulgação e ações do Bloco na rua.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Tenho como expectativa que este momento seja um pouco o "começar de novo" da génese. Apesar da diferença de ideias, que de resto considero bastante positivo, já que é isso que faz o Bloco, espero que o partido saia daqui unido e que faça crescer uma força, de forma a congregar forças para dar a volta àquilo que tem sido o cenário político.

Nome: Paula Gil

Idade: 28 anos

Localidade: Lisboa

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que a motivou? Aderi ao Bloco há cerca de 2 ou 3 anos. Sempre me envolvi em política, nomeadamente ao nível do movimento social e ativismo, para além disso, o Bloco era na altura, e continua a ser, o partido com o qual mais me identifico ao nível da ideologia. Em suma, foram estas as razões que me levaram a aderir ao Bloco. Fez sentido para mim envolver-me a nível institucional e partidário com o Bloco de Esquerda.

Que tipo de militância faz? Estou envolvida sobretudo no movimento social tendo o meu trabalho, por isso, maior incidência fora da estrutura partidária. Estive nas lutas do 12 de março, Auditoria Cidadã, Lei Contra a Precariedade juntamente com os Precários Inflexíveis, etc.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Estou a apoiar a Moção B.

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Eu espero que o partido saia desta Convenção mais reforçado, mais unido e com novas propostas para combater a situação em que nos encontramos neste momento. Todos juntos, independentemente das diferenças de opiniões, somos todos e todas camaradas.

Nome: Fabian Figueiredo

Idade: 23 anos

Profissão: Estudante

Localidade: Coimbra

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que o motivou? Vai fazer 7 anos que estou no Bloco. Na altura motivou-me a curiosidade para lutar por um projeto político diferente que rompesse com a monotonia do capitalismo e da opressão e que transformasse a utopia num projeto político em Portugal. E foi essencialmente isso que me atraiu para o Bloco de Esquerda; foram exatamente as lutas da igualdade, da fraternidade e, acima de tudo, da liberdade e do socialismo.

Que tipo de militância faz? Faço um pouco de tudo: desde o trabalho autárquico, passando pela concelhia, até ao movimento estudantil. Para além disso, colaboro ainda no conselho editorial da revista Vírus. Tento, portanto, em diversos espaços tentar diversificar as minhas formas de ativismo.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Espero que esta Convenção sirva para balizar a nossa intervenção nos tempos da troika, que são duríssimos, que sirva para fortalecer o Bloco e a sua ação política e que saia daqui um partido reforçado para todas as lutas que se seguirão.

Nome: João Mineiro

Idade: 20 anos

Profissão: Estudante

Localidade: Lisboa

Há quanto tempo aderiu ao Bloco de Esquerda? O que é que o motivou? Há mais ou menos 5 anos. Um partido político é um instrumento diferente de outros tipos e formas de intervenção. É mais um instrumento para a intervenção social. Para mim, um partido político de esquerda tinha de ser diferente daquilo que era a esquerda tradicional. Tinha de ser algo mais aberto, novas formas de organização interna e de ativismo, mas tinha de ser, também, um espaço onde eu pudesse encontrar ativismos de todo o tipo e de todas as causas e onde, com eles, se pudesse fazer uma síntese, um programa, uma proposta de intervenção e da alteração da política. Esse foi o objetivo central pelo qual aderi ao Bloco. O partido tem a vantagem de fazer a síntese de todas as reivindicações e ativismos e, através deles, juntar uma proposta-programa, não descurando nunca o melhor da teoria social.

Que tipo de militância faz? Faço essencialmente militância na coordenadora nacional dos jovens estudantes do Bloco de Esquerda que, basicamente, é um órgão que serve para articular e pensar o ativismo estudantil, a reocupação do espaço das faculdades, a politização das escolas, a disputa por uma escola diferente, uma escola mais democrática e pelo ensino público. Para além disso, participo nas iniciativas nacionais, no trabalho desenvolvido no interior do país e em diversas outras iniciativas do Bloco.

Qual das moções apresentadas nesta Convenção apoia? Moção A.

Que expectativas tem para esta Convenção e para o futuro do Bloco de Esquerda? Esta Convenção é importante porque é, provavelmente, o momento mais importante da vida do Bloco. Nunca como agora foi tão importante ter um partido de esquerda que não quer o poder pelo poder, como o PS, e que também não quer ficar apenas fechado sobre si mesmo, como o PCP. Este é, talvez, o momento mais importante da vida do Bloco porque num momento em que temos o maior ataque de sempre aos direitos das pessoas desde o 25 de abril, aos direitos que demoraram anos e anos, décadas e décadas a conquistar, num momento em que tudo está a voltar a trás, é precisamente o momento para uma nova esquerda. Uma esquerda que esteja aberta a todos e a todas e que seja desafiante a outros partidos de esquerda. Uma esquerda que tem um programa, um programa mínimo de negociação e que levanta a questão de um Governo de esquerda como possibilidade. É urgente termos, no campo das possibilidades, a ideia de que é possível ter um tipo de Governação que coloque coloque o poder político no sentido do movimento social, que coloque as reivindicações populares no centro do debate político e que reconfigure a ideia do que é a política, ou seja, transformar a política.

Esta Convenção é importante por tudo isso. O que sair desta Convenção vai desenhar o futuro do Bloco nos próximos anos. Há muita coisa em jogo. Há uma génese do Bloco em jogo. Mas o Bloco também nunca fugiu aos desafios.

Termos relacionados Política, VIII Convenção
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