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PSD, CDS-PP e PS votam contra proposta do Bloco para a renegociação da dívida

O projeto de resolução do Bloco pela renegociação urgente da dívida pública e a denúncia do memorando de entendimento foi chumbado esta quarta feira com os votos contra do PSD, CDS/PP e PS. A proposta contou, no entanto, com os votos favoráveis e a abstenção de vários deputados da bancada do PS.

Os três pontos do projeto de resolução do Bloco de Esquerda foram votados em separado. No que respeita ao ponto que visava a denúncia do memorando da troika e as políticas de austeridade, o mesmo foi rejeitado pelos partidos da maioria governamental e pelo PS, contando com os votos a favor do PCP e Verdes e a abstenção dos deputados socialistas João Galamba e Pedro Nuno Santos.

O ponto dois, sobre a renegociação urgente da dívida pública, nos seus prazos, montantes e taxas de juros, reduzindo o peso do exercício da dívida para permitir a canalização de recursos para investimento produtivo e para a criação de emprego, também suscitou os votos contra do PSD, CDS-PP e PS. PCP e PEV votaram a favor, bem como os deputados socialistas Duarte Cordeiro, Pedro Nuno Santos, João Galamba e Pedro Delgado Alves. O antigo secretário geral do PS Ferro Rodrigues e as deputadas Isabel Moreira e Inês de Medeiros abstiveram-se.

Já o terceiro ponto, sobre as condições para a renegociação da dívida, contou com votação idêntica ao primeiro.

Na proposta, o Bloco de Esquerda faz referência às constantes revisões das previsões apresentadas pelo executivo do PSD/CDS-PP, frisando que “apenas a obsessão ideológica e o profundo alheamento da realidade demonstrados por este governo são passiveis de transformar um dos maiores colapsos económicos, sociais e políticos numa história de sucesso”.

“Em vez de contrariar o ciclo recessivo de destruição de riqueza e capacidade produtiva, o governo foi o seu principal impulsionador”, acusa o Bloco, frisando que “a desorientação do governo encontra-se bem patente no carácter insustentável e incoerente da sua estratégia económica: 'empreendedorismo' e produção de alto valor acrescentado são por natureza incompatíveis com uma estratégia de baixos salários e desinvestimento público na educação e inovação”.

“A raiz da crise atual reside no carácter autofágico da política da chantagem da dívida, imposta por este governo e pelo memorando. É o austericídio do país”, avança.

Segundo o Bloco, “o governo não é credível porque a sua política não tem credibilidade, e a sua política não tem credibilidade porque é hoje óbvio que uma estratégia que prioriza os pagamentos à banca em detrimento de direitos sociais e de sustentabilidade económica não é legítima nem plausível”.

“À luz da crise social, política e económica, impõe-se hoje, como em 2011, a urgência da escolha entre o pagamento cego dos juros da dívida ou a sobrevivência e soberania do país. Hoje, como em 2011, o Bloco de Esquerda bate-se por uma reestruturação da dívida em nome da democracia, das pessoas e da economia”, salienta .

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