Está aqui

Portugal vai precisar de segundo resgate da troika, diz WSJ

Sucedem-se as vozes internacionais a dizer que, contrariamente ao que vem afirmando o Governo, Portugal vai ficar refém de um segundo resgate financeiro da troika. "Portugal pode precisar de um plano B", diz o Wall Street Journal. Francisco Louçã diz que dívida acumulada e juros da troika tornam Portugal um país inviável.

Richard Barley, colunista do Wall Street Journal, escreve hoje um artigo onde afirma que Portugal não conseguirá financiar a sua dívida pública quando acabar o atual resgate financeiro da troika. “O ponto mais importante serão os 9,7 mil milhões de euros de obrigações cuja maturidade terminam em Setembro de 2013 e que não estão cobertos pelo resgate de 78 mil milhões", diz, na coluna Heard on the Street.

De acordo com o autor, a “recessão vai dificultar a avaliação dos investidores em relação à sustentabilidade da dívida portuguesa até final do ano”. Recordando que o problema central na zona euro é a recessão económica, compara a situação dos juros da dívida nacional com a evolução dos títulos irlandeses. "Afinal de contas, as yields das obrigações irlandeses só começaram a cair somente em meados de 2011, depois de país ter voltado a crescer e resolvido os problemas do seu sistema bancário", diz.

O colunista do WSJ relembrou ainda as promessas dos líderes europeus sobre um eventual segundo apoio financeiro se não conseguir regressar aos mercados na data prevista. "Mas os líderes de Portugal já disseram que não vão pedir nova ajuda. O país precisa de 25 mil milhões e 30 mil milhões para se financiar até 2015", refere.

O artigo de hoje no WSJ sucede-se a um com idêntico teor publicado este mês num dos principais jornais alemães, o Die Welt. Na altura, Francisco Louçã considerou que a dívida acumulada e os juros cobrados a Portugal (34 mil milhões de euros a pagar à troika, por um empréstimo de 78 mil milhões) tornavam Portugal um país “inviável.”

“Nos três anos de intervenção da troika, a dívida aumentará 40 mil milhões de euros. Não passaremos este Verão sem que se salte do boato dos corredores das chancelerias de Berlim até à realidade de novos planos de aumentos de impostos, de austeridade e de privatizações que vão ser executados”, declarou o coordenador da comissão política do Bloco, em entrevista ao jornal I. 

Termos relacionados Política
(...)