Durante o debate emitido esta quinta-feira pela SIC e SIC Notícias, Francisco Louçã acusou Paulo Portas de dirigir um ataque inédito aos “mais pobres de todos” ao propor que a prestação social com maior impacto na redução da pobreza extrema seja paga em parte através de vales de alimentação.
A proposta do CDS-PP sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI) contribui, segundo o dirigente do Bloco, para a estigmatização social e constitui uma verdadeira “etiqueta contra a pobreza” e um atentado contra a dignidade das pessoas.
Para Louçã, a medida apresentada pelo CDS-PP “degrada a cultura de solidariedade” do nosso país.
Portugal enfrenta uma “queda económica sem precedentes”
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda lembrou o relatório publicado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal que aponta para uma “recessão prolongadíssima” e uma “queda económica sem precedentes”, afirmando que este é o resultado das medidas apoiadas pelos triunviratos PSD, PS e CDS-PP e BCE, FMI e CE.
Francisco Louçã recordou ainda que Paulo Portas deu o seu aval a políticas que irão precarizar o emprego e diminuir as pensões, deixando o país “cair no desespero da bancarrota” e que, neste momento, é o único que se posiciona ao lado do PS ao não reconhecer a necessidade de reestruturação da dívida.
À promoção da precariedade, o dirigente do Bloco contrapõe a criação de emprego para “recuperar a economia” em sectores como a ferrovia de proximidade, os equipamentos sociais para a terceira idade, a reabilitação urbana e a eficiência energética.
Francisco Louçã criticou ainda o congelamento das pensões, afirmando que, se não defendemos os pensionistas, então "não defendemos o país e nem a economia".