"Vale social é etiqueta contra os mais pobres"

19 de maio 2011 - 22:16

A estigmatização social a que Paulo Portas quer condenar os mais pobres e o seu aval aos acordos da troika, que incluem a promoção da precariedade e o ataque aos pensionistas, e que empurram o país para uma “queda económica sem precedentes”, pautaram o debate com Francisco Louçã.

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A proposta do PP sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI) contribui, segundo o dirigente do Bloco, para a estigmatização social e constitui uma verdadeira “etiqueta contra a pobreza” e um atentado contra a dignidade das pessoas. Foto de Paulete Matos.

Durante o debate emitido esta quinta-feira pela SIC e SIC Notícias, Francisco Louçã acusou Paulo Portas de dirigir um ataque inédito aos “mais pobres de todos” ao propor que a prestação social com maior impacto na redução da pobreza extrema seja paga em parte através de vales de alimentação.

A proposta do CDS-PP sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI) contribui, segundo o dirigente do Bloco, para a estigmatização social e constitui uma verdadeira “etiqueta contra a pobreza” e um atentado contra a dignidade das pessoas.

Para Louçã, a medida apresentada pelo CDS-PP “degrada a cultura de solidariedade” do nosso país.

Portugal enfrenta uma “queda económica sem precedentes”

O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda lembrou o relatório publicado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal que aponta para uma “recessão prolongadíssima” e uma “queda económica sem precedentes”, afirmando que este é o resultado das medidas apoiadas pelos triunviratos PSD, PS e CDS-PP e BCE, FMI e CE.

Francisco Louçã recordou ainda que Paulo Portas deu o seu aval a políticas que irão precarizar o emprego e diminuir as pensões, deixando o país “cair no desespero da bancarrota” e que, neste momento, é o único que se posiciona ao lado do PS ao não reconhecer a necessidade de reestruturação da dívida.

À promoção da precariedade, o dirigente do Bloco contrapõe a criação de emprego para “recuperar a economia” em sectores como a ferrovia de proximidade, os equipamentos sociais para a terceira idade, a reabilitação urbana e a eficiência energética.

Francisco Louçã criticou ainda o congelamento das pensões, afirmando que, se não defendemos os pensionistas, então "não defendemos o país e nem a economia".

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