ONU diz que austeridade aumenta risco de recessão, FMI reduz previsões para Europa

07 de setembro 2011 - 19:21

A ONU alerta que as políticas de austeridade terão como resultado o oposto ao pretendido. O FMI reduziu, de novo, as previsões de crescimento económico da União Europeia para 2011 e 2012.

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Foto de Paulete Matos

O FMI reviu em baixa as suas previsões de crescimento, nesta quarta feira. Aquela instituição internacional prevê agora um crescimento económico da Zona Euro de 1,7% em 2011 e de 1,3% em 2012. Em Agosto as suas previsões eram de 1,9% para 2011 e 1,7% para 2012 e em Junho eram de de 2% e de 1,7%, respectivamente. Para o PIB mundial o FMI também reviu em baixa as suas previsões para 4% em 2011 e 4,2% em 2012. Em Agosto passado as suas previsões eram de 4,2% e 4,3%, respectivamente. Para os EUA, aquela instituição mantém as previsões de Agosto: 2,5% para 2011 e 2,7% em 2012.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) publicou nesta terça feira o relatório “Trade and Development 2011” (Comércio e Desenvolvimento 2011).

Neste relatório, a ONU diz que “a ideia de que um aperto orçamental reduz os défices e a dívida pública e traz de volta a confiança aos mercados financeiros irá ter o resultado contrário ao pretendido, ao afectar o crescimento do PIB e ao reduzir as receitas provenientes de impostos”.

O relatório sublinha que a austeridade é “um risco significativo de gerar um período prolongado de crescimento medíocre nas economias desenvolvidas – se não mesmo de contracção” e realça que as economias dos países ditos emergentes “podem vir a deparar-se com a instabilidade financeira e fluxos especulativos de capital gerados nas economias desenvolvidas e não serem poupadas à nova recessão no Norte”.

A UNCTAD prevê um crescimento mundial de 3% em 2011 e destaca: “À luz do comportamento irresponsável de vários actores do mercado financeiro, que obrigaram a intervenções caras dos Governos para prevenir o colapso do sistema financeiro, a opinião pública e as autoridades não devem voltar a confiar nestas instituições, incluindo nas agências de rating, para avaliar o que são políticas macroeconómicas sustentáveis e uma gestão saudável das finanças públicas”.