Os sindicatos dos médicos rejeitaram a proposta de negociação de última hora apresentada pelo ministério de Paulo Macedo, alegando que o distanciamento marcado entre a contraproposta enviada na noite de sábado pelo Ministério da Saúde e as reivindicações dos médicos tornava inútil a reunião.
Os sindicatos deixaram, assim, ministro e secretário de Estado sozinhos. Enquanto o secretário apelava ao “patriotismo dos médicos”, estes acusavam o governo de fazer “encenações mediáticas”, porque os sindicatos já tinham tornado claro que não iriam à reunião.
Numa carta enviada este domingo ao ministro, o Sindicato Independente dos Médicos e a FNAM- Federação Nacional dos Médicos afirmam que “não é possível em três dias antes da greve desenvolver qualquer processo credível de negociação”.
Requisição civil
Recorde-se que Paulo Macedo admitira proceder à requisição civil de médicos durante a greve, algo que o vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Mário Jorge Neves, considerou inadmissível. O sindicalista afirmou que se recusa a dialogar se o ministro não retirar a ameaça.
Por seu lado, o SIM enviou uma carta ao Ministério afirmando que o distanciamento entre o conteúdo do documento do Ministério e as questões reivindicativas dos médicos é tão marcado que não se justifica qualquer reunião negocial antes da realização da greve.
Os sindicalistas consideram que o governo “continua a não mostrar uma efetiva vontade em negociar e em encontrar soluções para os delicados problemas que originou” e sublinham estar disponíveis “para encetar um processo negocial sério e de boa-fé, mas sem estar na dependência de uma agenda de encenação mediática. Após a realização da greve estaremos imediatamente disponíveis”.