Governo convidou o CDS a sair do governo, diz Semedo

10 de maio 2013 - 18:53

Ao sair da reunião com o governo, coordenador do Bloco afirma que o anúncio de corte de pensões e reformas significa um convite à saída do governo do CDS, “a menos que o ministro Paulo Portas tenha duas caras”. O Bloco apresentou as suas propostas a Passos Coelho, mas não tem qualquer expectativa, porque o caminho defendido pelos bloquistas é alternativo ao do governo.

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O caminho que o Bloco defende é alternativo ao do governo, esclarece João Semedo. Foto de Miguel A. Lopes, Lusa

À saída do encontro com o governo, onde compareceu acompanhado pela coordenadora Catarina Martins, pelo líder parlamentar Pedro Filipe Soares e pela deputada Ana Drago, João Semedo disse que o caminho que o Bloco defende é alternativo ao do governo, já que este defende a continuidade da austeridade e o pagamento da dívida, enquanto que o Bloco de Esquerda defende o fim da austeridade, a renegociação da dívida e a demissão do próprio governo.

Destacando que não estiveram presentes na reunião nem Vítor Gaspar nem Paulo Portas, “o primeiro que manda efetivamente no governo e o segundo que quer mandar”, o coordenador do Bloco disse que foi para a reunião sem qualquer expectativa, e que apenas confirmou essa atitude, já que o governo vai no sentido exatamente oposto ao que o Bloco propõe.

Respondendo a uma pergunta de um jornalista acerca da possibilidade de existir consenso, Semedo afirmou que na sua opinião o governo está mais preocupado com um consenso interno do que com chegar a qualquer consenso com a oposição.

De facto, na opinião de João Semedo, o reconhecimento do primeiro-ministro de que pretende cortar e taxar pensões e reformas só pode significar um convite ao CDS para que saia do governo, já que Paulo Portas afirmou que não concordava e não aceitava essa medida. “A menos que o ministro Paulo Portas tenha duas caras”, disse Semedo, reafirmando que o Bloco rejeita qualquer redução de pensões e pelo contrário, defende a sua atualização.