À saída do encontro com o governo, onde compareceu acompanhado pela coordenadora Catarina Martins, pelo líder parlamentar Pedro Filipe Soares e pela deputada Ana Drago, João Semedo disse que o caminho que o Bloco defende é alternativo ao do governo, já que este defende a continuidade da austeridade e o pagamento da dívida, enquanto que o Bloco de Esquerda defende o fim da austeridade, a renegociação da dívida e a demissão do próprio governo.
Destacando que não estiveram presentes na reunião nem Vítor Gaspar nem Paulo Portas, “o primeiro que manda efetivamente no governo e o segundo que quer mandar”, o coordenador do Bloco disse que foi para a reunião sem qualquer expectativa, e que apenas confirmou essa atitude, já que o governo vai no sentido exatamente oposto ao que o Bloco propõe.
Respondendo a uma pergunta de um jornalista acerca da possibilidade de existir consenso, Semedo afirmou que na sua opinião o governo está mais preocupado com um consenso interno do que com chegar a qualquer consenso com a oposição.
De facto, na opinião de João Semedo, o reconhecimento do primeiro-ministro de que pretende cortar e taxar pensões e reformas só pode significar um convite ao CDS para que saia do governo, já que Paulo Portas afirmou que não concordava e não aceitava essa medida. “A menos que o ministro Paulo Portas tenha duas caras”, disse Semedo, reafirmando que o Bloco rejeita qualquer redução de pensões e pelo contrário, defende a sua atualização.