Os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) representam “um aumento brutal e dramático das pessoas que ficaram sem emprego no nosso país”, afirmou a deputada do Bloco Helena Pinto, salientando que a situação é “muito preocupante".
A dirigente bloquista apontou ainda o facto de, pela primeira vez desde que existem estatísticas sobre esta matéria, "a população ativa portuguesa, ou seja, a população com emprego, está abaixo do valor da metade, ou seja é inferior a 50 por cento", o que significa que “a emigração está a sangrar o país da sua força produtiva todos os dias”.
“Estes dois cenários juntos, o facto da população estar desempregada e da população estar a sair do país em busca de emprego são o retrato vivo dos dois anos de governação deste Governo", frisou.
De acordo com o INE, a taxa oficial de desemprego aumentou 0,8 pontos percentuais face ao anterior trimestre e 2,8 pontos percentuais face ao período homólogo.
Nos primeiro três meses do ano, o INE registou 952,2 mil desempregados, o que reflete um acréscimo de 3,1% (mais 29 mil pessoas) em termos trimestrais de 16,2% (mais 132,9 mil pessoas), em termos homólogos.
Simultaneamente, contabilizou-se uma diminuição de 69.600 pessoas da população ativa, em resultado da crescente emigração e do acréscimo do número de pessoas que já desistiram de procurar emprego.
Desemprego de longa duração ultrapassa barreira dos 10%
Pela primeira vez desde que há registo, a taxa de desemprego de longa duração ultrapassou a barreira dos 10%. Nos três primeiros meses do ano, esta taxa registou uma subida de 0,9 pontos percentuais, atingindo 10,4%. 560 mil pessoas estão desempregadas há mais de um ano, mais 40 mil do que no fim de 2012.
Já a taxa de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos já ascende a 42,1%, contra os 40% registados no último trimestre de 2012 e os 36,2% registados no mesmo período do ano passado. São 165.900 os jovens entre os 15 e os 24 anos que, sendo contabilizados como população ativa, não conseguem ingressar no mercado de trabalho.
O Algarve continua a ser a região do país mais fustigada pelo desemprego, com uma taxa de 20,5%, seguida da Madeira (20%) e de Lisboa (19,5%).
