G-20: Hamburgo espera mais protestos após noite de confrontos

08 de julho 2017 - 11:44

O centro de Hamburgo foi palco de confrontos entre a polícia e grupos que protestam contra a reunião dos G-20. Putin e Trump confirmaram um cessar-fogo nalgumas regiões da Síria.

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Foto JuleWasabi/Twitter

O primeiro dia da reunião do G-20 em Hamburgo ficou marcado pelas ações de alguns milhares de manifestantes, que tentaram bloquear os acessos à cimeira e entrar na “zona vermelha” definida pela polícia para evitar manifestações. Ao longo do dia, os cortejos improvisados atravessaram o centro da cidade para tentar atrasar as delegações que se dirigiam ao centro de conferências, com a polícia a perseguir e reprimir as várias concentrações.

Entre os que viram a agenda alterada pelo protesto está o ministro das Finanças alemão, que foi obrigado a cancelar a presença no centro de Habmurgo e a primeira-dama norte-americana também foi impedida de sair do hotel para a visita prevista à zona do porto de Hamburgo. O jantar seguido de concerto com orquestra também começou com atraso e decorreu enquanto do outro lado do rio os manifestantes respondiam com música rock, através de um sistema de som ligado com o volume no máximo.

Mais de 20 mil polícias, com canhões de água e helicópteros, tentaram afastar as manifestações e com o cair da noite desenrolaram-se várias batalhas campais que deixaram um rasto de destruição em Schanzenviertel, com lojas pilhadas e barricadas erguidas no centro de Hamburgo. A polícia aponta mais de 200 agentes feridos, enquanto do lado dos grupos black block se fala em dezenas de feridos e de detidos.

Na tarde de sábado são esperadas mais de 100 mil pessoas na maior manifestação contra o G-20 em Hamburgo.

Trump e Putin, o encontro mais aguardado

Os presidentes russo e norte-americano tiveram finalmente o primeiro encontro em pessoa, após meses em que a interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA foi um tema constante na agenda mediática em Washington. O encontro durou mais de duas horas.

O conteúdo da reunião dos presidentes, apenas testemunhada pelos chefes da diplomacia e tradutores, terá confirmado o cessar-fogo nas regiões sírias de Daraa, Quneitra e Sweida a partir do meio-dia de domingo. O entendimento foi conseguido em Amã e será fiscalizado por russos, norte-americanos e jordanos, afirmou o ministro russo Sergei Lavrov.

“O encontro foi muito construtivo, diria que os dois líderes se entenderam logo”, afirmou o líder da diplomacia de Washington, Rex Tillerson, citado pela Deutsche Welle. O tema da interferência russa foi colocado por Trump logo no início do encontro, tendo sido novamente negado por Putin, prosseguiu Tillerson, admitindo que este desacordo se irá manter, e que a conversa se centrou depois noutras áreas.