O programa de estabilidade proposto pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls foi aprovado nesta terça-feira por 265 votos a favor, 232 contra e 67 abstenções, das quais 41 foram de deputados da bancada socialista. Valls comemorou o resultado, considerando-o “um ato fundador, importante para o quiquenato do presidente [François Hollande].” Mas o número recorde de deputados do PS que não o acompanharam foi considerado um alerta importante.
É uma expressão política de um grupo que está ferido pelo choque das municipais e pelo sentimento de que os dois primeiros anos do mandato não cumpriram as promessas.
“É uma expressão política madura, amadurecida, de um grupo que está ferido pelo choque das municipais e pelo sentimento de que os dois primeiros anos do mandato não cumpriram as promessas”, disse o deputado socialista Christian Paul, um dos 41 abstencionistas.
Congelamento de reformas
O plano de cortes anunciado no dia 16 prevê uma redução global de despesa de 50 mil milhões de euros até 2017, obtida com uma redução das despesas do Estado e das suas agências (18 mil milhões), das comunidades locais (11 mil milhões) e da proteção social, sendo um corte de 10 mil milhões no subsídio de doença e de 11 mil milhões obtido na gestão do sistema social, segundo detalha o Le Monde.
O plano prevê o congelamento das reformas, do abono de família e do auxílio à habitação até o dia 1 de outubro de 2015, bem como o congelamento da contratação global de funcionários públicos.